Tolerância de cultivares de abóbora ao estresse hídrico
Palavras-chave:
Cucurbitaceae, Déficit hídrico, Estresse abióticoResumo
A abóbora (Cucurbita spp.) cumpre função relevante na economia brasileira, estando entre as hortaliças mais consumidas e produzidas no Brasil. Geralmente, a produção sofre redução, devido à escassez hídrica, pois é insuficiente para atender as altas demandas durante a produção. Diante disso, objetivou-se avaliar a tolerância de cultivares submetidas ao estresse hídrico. Para isso, utilizou-se sementes de cinco cultivares de abóbora (Tetsukabuto; Soberana; Kin; Bahiana tropical; Sergipana) e uma cultivar do grupo abobrinha (Adele) e três níveis de potenciais osmóticos (0, -0,15; -0,3 MPa). A tolerância das cultivares ao estresse hídrico foi determinada por meio dos testes de germinação, o índice de velocidade de germinação, o comprimento e a massa seca total das plântulas, além dos níveis de açúcares solúveis totais, aminoácidos totais, prolina livre e citrulina. Para simulação da condição de estresse hídrico, utilizou-se soluções de polietilenoglicol (PEG 4000), nos potenciais osmóticos de 0, -0,15; -0,3 MPa. O experimento foi realizado em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 3 x 6, com quatro repetições de 25 sementes. Os dados foram submetidos à ANOVA e, as médias, comparadas pelo teste Scott-Knott (P ≤ 0,05). Para complemento da expressão dos resultados foi construído o dendrograma de dissimilaridade. A análise de variância demonstrou haver interação entre os fatores (cultivares x níveis de estresse hídrico) para todas as variáveis analisadas, com exceção da germinação que houve efeito isolado de cultivar e estresse hídrico, respectivamente. De forma geral, os resultados demonstram que as cultivares Tetsukabuto e Adele destacaram-se como a de menor e maior tolerância ao déficit hídrico, respectivamente, fato que também foi confirmado pelo dendrograma de dissimilaridade. Para a cultivar Tetsukabuto, sua suscetibilidade foi ocasionada pela redução no índice de germinação, resultando em índices inferiores a 90%. As análises bioquímicas foram insuficientes para conferir uma boa adaptação ao estresse hídrico. Resultados opostos foram encontrados para a cultivar Adele, que demonstrou ser tolerante ao déficit hídrico. Esta cultivar destacou-se principalmente por sua habilidade em adequar o potencial osmótico, sendo a que indicou ótimos valores de acumulados de açúcares solúveis totais, aminoácidos totais, prolina total e citrulina.