Uso do extrato aquoso da Moringa oleífera para tratamento de águas cinzas
Palavras-chave:
Qualidade, Poluição, Tratamento, Coagulação, Reúso.Resumo
A água desempenha um papel vital na vida humana e na preservação dos ecossistemas. A importância de reutilizar a água é ressaltada pela preocupação com sua disponibilidade, especialmente no caso das águas cinzas, que são os resíduos das atividades domésticas. Estas águas geralmente contêm impurezas e substâncias que podem prejudicar o meio ambiente se não forem tratadas adequadamente. Nesta perspectiva, este estudo investigou a eficácia do extrato aquoso de Moringa oleífera atuando como coagulante natural no tratamento de água de reúso, com foco na melhoria de parâmetros físico-químicos, como turbidez, pH, condutividade e salinidade. A metodologia incluiu cinco etapas: obtenção dos extratos coagulantes, coleta e caracterização inicial das amostras de água cinza, realização de testes de coagulação, caracterização final das amostras após o tratamento e um tratamento estatístico dos dados. As sementes de Moringa oleífera foram coletadas na zona rural da cidade de Patu, no Estado do Rio Grande do Norte, as quais foram descascadas, desidratadas, trituradas e peneiradas para a obtenção de um pó fino. O extrato foi preparado a partir de 0,5 g e 1,0 g de pó, dissolvido em 100 mL de água destilada e homogeneizada por 30 min e filtrado ao final do processo, obtendo o extrato para ser utilizado. A análise focou em duas amostras de água cinza com diferentes níveis de turbidez (A1 e A2), aplicando um planejamento fatorial 2², com repetição, para avaliar os efeitos do tempo de homogeneização (15 e 30 minutos) e da concentração do extrato (5 g/L e 10 g/L). Os resultados compararam a influência do tempo de homogeneização e da concentração dos extratos coagulantes, por meio do planejamento fatorial 2 2 com repetição, comprovando que a concentração apresentou o efeito mais significativo entre as variações testadas. No que se refere a turbidez, constatou-se que a concentração do extrato influencia na sua redução onde, quanto maior foi a concentração, obteve-se maiores reduções deste parâmetro. Ao considerar quais foram os melhores ensaios para as amostras A1 e A2, em ambas observou-se que o ensaio 4 (30 minutos e 10 g/L) foi o melhor, com uma diminuição de 75,75% e 35,28%, respectivamente. O pH das amostras tratadas manteve-se praticamente inalterado, indicando que o extrato não interferiu significativamente. Em relação à condutividade o melhor resultado foi distribuído no ensaio 2 (30 min e 5 g/L), com uma redução de 7,08% em A1 e 19,69% em A2. Quanto à salinidade, o ensaio 1 (15 minutos e 5 g/L) apresentou os melhores resultados, com uma taxa de redução de 18,42% para A1 e 20% para A2. Portanto, pode-se concluir que o extrato de Moringa oleífera é uma alternativa eficaz e sustentável para o tratamento de águas cinzas, especialmente em condições de alta turbidez. O uso do planejamento fatorial 2² com repetição foi fundamental para definir as melhores condições de concentração e tempo de homogeneização, permitindo identificar as condições ideais para o tratamento. Assim, esses resultados evidenciam a aplicabilidade do extrato no tratamento de águas cinzas, oferecendo uma proposta viável para regiões com recursos limitados.