Endoparasitos e ectoparasitos em animais silvestres e exóticos cativos do centro de multiplicação de animais silvestres (CEMAS), Mossoró-RN.
Palavras-chave:
Cutia, Ema, Mocó, porquinho-da-índia, preáResumo
As doenças que afetam animais silvestres em cativeiro representam um desafio significativo para a conservação ex situ. Entre essas enfermidades, as endoparasitoses e ectoparasitoses estão entre as mais comuns, exigindo atenção especial devido à sua frequência. O monitoramento dessas populações para determinação de parasitos faz-se necessário para manutenção da saúde e bem estar desses animais hospedeiros, bem como para evitar a manutenção e disseminação de parasitos zoonóticos. Objetivou-se identificar os endoparasitos e ectoparasitos, nos animais mantidos no Centro de Multiplicação de Animais Silvestres, da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (CEMAS-UFERSA), Mossoró, Rio Grande do Norte. Todos os procedimentos de manipulação com os animais foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais em pesquisa (CEUA), da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, sob o Nº de parecer 01/2023. Amostras de fezes foram coletadas após eliminação espontânea dos hospedeiros Cavia Porcellus, Linnaeus, 1758; Galea spixii spixii Wagler, 1831; Dasyprocta leporina, Linnaeus, 1758; Pecari tajacu Linnaeus, 1758; Rhea americana Linnaeus, 1758, Wiedomys pyrrhorhinos Wied-Neuwied, 1821 e Kerodon Rupestris Wied, 1820. Coletou-se ainda ectoparasitos através de remoção mecânica e após contenção dos animais. Os ectoparasitos foram identificados no Laboratório de Parasitologia Animal da UFERSA por morfologia e uso de chaves taxonômicas específicas. A coproparasitologia foi realizada através das técnicas de exame direto, sedimentação simples e flutuação de Willis com uma repetição para cada técnica. Os dados foram digitados em planilha eletrônica e em seguida transferidos para o programa estatístico SPSS (Statistical Page For Social Sciences) versão 23.0. Das amostras analisadas para ectoparasitos, obteve-se uma positividade de 57,14% (4/7); já para os endoparasitos, a positividade foi de 87,71% (6/7). Na espécie P. tajacu, observou-se positividade para cistos e trofozoítos de Balantidium spp. Em R. americana, oocistos não esporulados de coccídeos, além de cistos e trofozoítos de Balantidium spp. Em D. leporina, foram detectados cisto e trofozoítos de Balantidium spp. Na espécie G. spixii foram detectados ovos do tipo Nematoda e oocistos não esporulados. Na espécie K. rupestris foram identificados cistos de Balantidium spp., bem como ovos de Trichuris spp. Na espécie C. porcellus foram detectados cistos de Entamoeba spp. As amostras da espécie W. pyrrhorhinos não apresentaram positividade para parasitos. A respeito dos ectoparasitos, identificou-se piolhos da espécie Struthiolipeurus rheae parasitando R. americana. Em G. spixii, carrapatos classificados como Ornithodoros rietcorreai Labruna, Nava & Venzal, 2016; piolhos Gliricola quadrisetosa Ewing,1924 e ácaros Androlaelaps Berlese, 1903. Em K. rupestris, carrapatos O. rietcorreai. Na espécie C. porcellus, piolhos G. quadrisetosa. Esta pesquisa contribui para a ampliação dos dados acerca dos parasitos que acometem animais silvestres em cativeiro, além de contribuir com a sanidade dessas espécies ao fornecer diagnósticos parasitológicos.