Efeito do Tratamento Com Plasma Frio Atmosférico Na Qualidade de Vida de Pacientes Com Gengivoestomatite Crônica Felina: Estudo Piloto
Palavras-chave:
Plasma não-térmico, Felinos, Odontologia Veterinária, EstomatiteResumo
A gengivoestomatite crônica felina (GCF) é uma condição oral inflamatória com causas multifatoriais. Seus sinais incluem dor, ulcerações orais, anorexia e isolamento, muitas vezes culminando em morte. Isto ocorre devido o tratamento convencional possuir resultados inconsistentes, resultando em reincidência da doença. A terapia envolve uso prolongado de antibióticos, anti-inflamatórios e exodontia. Assim, a busca por tratamentos alternativas como o plasma atmosférico frio (CAP) se faz necessária. Por meio de Espécies Reativas de Oxigênio e Nitrogênio (ERONs), o CAP estimula a regeneração tecidual e reduz a dor local enquanto combate patógenos. Assim, terapias baseadas na atividade das ERONs demonstram potencial para o tratamento de doenças com caráter ulcerativo/proliferativo, porém faltam estudos específicos sobre sua eficácia na GCF. Desse modo, a presente pesquisa buscou avaliar o efeito do CAP sobre a GCF in vivo. Participaram do estudo gatos diagnosticados com GCF (n=6), exceto aqueles submetidos a terapia imunossupressora, portadores do vírus da Imunodeficiência Felina (FIV) e/ou da Leucemia Felina (FeLV). Os pacientes foram submetidos a exame clínico, tratamento periodontal e três aplicações de CAP (gerado em fluxo de 2 l/min de gás hélio, 10 Hz, 2,4 mV por 30 s/cm² da lesão) em regiões da mucosa oral afetadas pela doença. O grupo experimental (GE/n=5) recebeu aplicações de CAP em intervalos de 7 dias, enquanto o animal controle (AC/ n=1) não recebeu essa intervenção. Os parâmetros macroscópicos e de qualidade de vida foram avaliados pelo índice de atividade da GCF (SDAI) – indicativo de inflamação e ulceração -, grau da halitose, escore de condição corporal (ECC) e de massa muscular (EMM). Foi possível observar redução intermitente do SDAI no GE. Houve também redução dos graus de halitose e melhora do ECC e EMM, além de ser relatado pelos tutores melhora na alimentação, atividade social e percepção de conforto. Os resultados indicam que o CAP pode ser uma alternativa terapêutica menos invasiva para GCF, apresentando efeitos positivos na redução da inflamação, estímulo à regeneração tecidual e melhora da qualidade de vida dos pacientes.