Cultivo do sabiá (Mimosa Caesalpiniifolia Benth.) no projeto de assentamento bonfim em Angicos/RN: uma análise comparativa das práticas de plantio
Palavras-chave:
Sabiá, Angicos/RN, Manejo Sustentável, Vegetação Nativa, CaatingaResumo
Este estudo teve como objetivo analisar o desenvolvimento inicial de mudas de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) em duas áreas com diferentes práticas de plantio no Projeto de Assentamento Bonfim, zona rural da cidade de Angicos, Rio Grande do Norte. As mudas foram obtidas a partir de sementes selecionadas da Fazenda Moringa, localizada no município de Iguatu/CE. Foi preparado o substrato a partir da compostagem de folhas de Nim indiano (Azadirachta indica A. Juss.) recolhidas da UFERSA – Campus Angicos, além de cinzas de madeiras fornecidas por uma pizzaria local e esterco bovino fornecido por uma fazenda local. O substrato foi preparado por estudantes de graduação e dos projetos Rescaat e PET durante 90 dias. As mudas iniciaram a germinação no final do mês de janeiro de 2024 e permaneceram em um viveiro com tela sombrite 50% e com irrigações diárias com duração de 1 hora utilizando micro aspersores. As mudas foram transplantadas no final da estação chuvosa para o P.A. Bonfim e foi utilizado 1 litro de hidrogel umedecido e aproximadamente 50 gramas de fertilizante super simples por cova, em uma área de 1 hectare. Foram feitas 20 fileiras com espaçamento de 4 metros entre fileiras e 3 metros entre mudas, totalizando 889 plantas, foi dividido em 2 áreas e cada área com dois blocos. Área 1 com Blocos 3 e 4, Área 2 com Blocos 1 e 2. Na Área 2, o plantio foi realizado por estudantes de graduação, seguindo técnicas disponíveis na literatura sobre o plantio e manejo correto e adequado, além de orientação de um professor e engenheiro agrônomo. Já na Área 1, o plantio foi realizado por agricultores do próprio assentamento seguindo as próprias técnicas de plantio, estas passadas de geração em geração. Houve alta taxa de sobrevivência (aproximadamente 96%) em ambas as áreas, demonstrando a rusticidade da espécie. Após 4 meses, não foram observadas diferenças significativas no crescimento entre plantas das áreas, sugerindo que tanto o método tradicional dos agricultores quanto o técnico aplicado por estudantes, foram satisfatórios para o estabelecimento da cultura na região. A altura média das plantas no Bloco 3 da Área 1 foi de 35,08 cm, com diâmetro médio de 6,29 mm e apresentando em média 2 hastes por planta. No Bloco 4 da Área 1 foi de 29,54 cm, diâmetro médio de 4,98 mm e apresentando 2 hastes por planta. No Bloco 1 da Área 2 foi de 38,74 cm, diâmetro médio de 6,25 mm e apresentando 2 hastes por planta. No Bloco 2 da Área 2 foi de 31,88 cm, diâmetro médio de 4,85 mm e apresentando 2 hastes por plantas. O uso de hidrogel umedecido e fertilizante super simples pode ter contribuído para o sucesso do estabelecimento das mudas. A pesquisa segue em andamento e a coleta de dados sendo feita em períodos de 90 dias entre coletas.