O acompanhamento longitudinal de pessoas com diabetes mellitus durante a pandemia da COVID-19

Autores

  • Rodolfo Henrique da Silva Marinheiro Ufersa
  • Andiara Araújo Cunegundes de Brito

Palavras-chave:

Diabetes, Pandemia, Covid-19, Cuidade Continuado

Resumo

A pandemia de Covid-19 representou um grande desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo, com demandas que extrapolaram o planejamento cotidiano comum. No Brasil, devido a necessidade de cumprir o rigor das medidas sanitárias, diversos programas de saúde da atenção primária sofreram com suas atividades suspensas ou significativamente diminuídas. As condições de saúde crônicas afetadas com esse contexto, especificamente a Diabetes Mellitus, devido sua alta prevalência na população geral e diversidade de fatores relacionados à morbimortalidade. Com a retomada das atividades rotineiras no ano de 2022, encontrou-se novas dificuldades no contexto pós-pandemia. Pensando nisso, esta pesquisa teve como objetivo analisar o acompanhamento de pessoas com Diabetes Mellitus na Atenção Primária à Saúde durante o período da pandemia da Covid-19. Identificando as ações e estratégias de atenção à saúde ofertadas às pessoas com Diabetes Mellitus durante a pandemia. Analisando as potencialidades e fragilidades dos cuidados longitudinais ofertados às pessoas com Diabetes Mellitus na Atenção Primária à Saúde durante a pandemia e identificando os principais obstáculos relatados por pessoas com Diabetes Mellitus no autocuidado e adesão ao tratamento durante a pandemia. Para isso, o delineamento metodológico assumiu abordagem quantitativa e qualitativa de caráter descritivo e exploratório, através de questionário semi-estruturado. Tendo ocorrido a coleta de informação na Unidade Básica de Município do Semi-árido. A pesquisa envolveu 31 participantes, majoritariamente mulheres acima de 60 anos, com baixa escolaridade e renda familiar de até um salário mínimo. Os resultados mostraram que 22,58% dos pacientes relataram complicações no tratamento, como hiperglicemia e hipoglicemia, além de um caso de infecção complicada durante a pandemia. Houve uma redução no monitoramento da glicemia durante a pandemia, com alguns pacientes deixando de frequentar a unidade de saúde, devido à suspensão dos serviços. No entanto, alguns iniciaram o monitoramento motivados pelas informações sobre os riscos da Covid-19. A telemedicina foi utilizada por uma pequena parcela dos pacientes para o monitoramento da diabetes. As estratégias adotadas incluíram consultas agendadas, medidas de distanciamento social, aumento das visitas domiciliares. As estratégias de educação em saúde, tiveram mostraram-se essenciais num contexto de incertezas e muitas informações, as equipes de saúde assumiram um protagonismo de orientar e tranquilizar os pacientes nos poucos espaços de comunicação disponíveis, essas atividades tiveram papel fundamental na redução dos impactos das notícias inverídicas propagadas durante o período, colaborando diretamente para alívio do sofrimento mental dos pacientes. A pesquisa concluiu que a percepção do cuidado multiprofissional foi fundamental para lidar com as demandas de saúde mental geradas pela pandemia. As dificuldades enfrentadas pelos pacientes destacam a importância de uma abordagem holística e coordenada no cuidado aos pacientes crônicos, visando melhorar a adesão ao tratamento e a qualidade de vida dessas pessoas. Preservando a autonomia do indivíduo no processo de cuidado em saúde continuado.

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Publicado

07-01-2025

Edição

Seção

Núcleo 1: Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências da Saúde: