Finanças Comportamentais

um olhar a partir da Educação Financeira, dos Traços Comportamentais e dos Vieses Cognitivos

Autores

  • Saulo Matheus Tavares da Silva UFERSA
  • Álvaro Fabiano Pereira de Macedo
  • Suellen Patrícia da Silva Soares

Palavras-chave:

Finanças Comportamentais, Vieses Cognitivos, Comportamento Financeiro, Educação Financeira, Gestão Financeira

Resumo

A crescente complexidade das decisões financeiras tem levado a uma maior preocupação das famílias com a educação financeira de seus dependentes. Este artigo explora como os conhecimentos financeiros adquiridos pelos indivíduos são transmitidos dentro do ambiente familiar e como a integração das Finanças Comportamentais pode influenciar esse processo. O estudo se baseia na Teoria da Perspectiva de Kahneman e Tversky (Kahneman at al, Econometrica, 47, 263-291, 1979), que evidência como os vieses cognitivos, como o viés de confirmação e o excesso de confiança, afetam as escolhas financeiras. Para entender essa dinâmica, foi realizada uma pesquisa qualitativa com responsáveis financeiros que participam da gestão econômica familiar, utilizando entrevistas semiestruturadas. Sob essa perspectiva, esta pesquisa contribui para o debate sobre como os conhecimentos de educação financeira são transmitidos pelos indivíduos aos seus dependentes. O objetivo principal foi fornecer um panorama do tema, com foco em identificar os conhecimentos financeiros adquiridos pelos indivíduos e a maneira como eles os repassam aos seus dependentes. Para alcançar esse objetivo, foi realizada uma pesquisa documental com abordagem qualitativa, analisando os dados obtidos por meio de entrevistas semiestruturadas. Foram entrevistados oito responsáveis financeiros que têm como característica o repasse de recursos financeiros aos seus filhos, seja por meio de mesada, de forma esporádica, ou até mesmo no caso de filhos que já possuem renda própria. A partir da pesquisa, foram criadas cinco categorias para identificar como os responsáveis transmitem seus conhecimentos financeiros aos dependentes. Os resultados destacam que, independentemente da renda, os responsáveis reconhecem a importância da educação financeira e a transmitem principalmente através do exemplo e do diálogo. A experiência pessoal dos responsáveis é vista como um fator chave na formação do comportamento financeiro dos dependentes. Além disso, a digitalização das finanças e o acesso a produtos financeiros online introduzem novos desafios e amplificam os riscos associados a vieses cognitivos, como o excesso de confiança. Conclui-se, por fim, que a educação financeira melhora o cotidiano ao favorecer o controle dos gastos e possibilitar uma gestão mais satisfatória dos recursos; mesmo entre aqueles que não aplicam formalmente conceitos de educação financeira, a importância de transmiti-los aos dependentes é reconhecida. A pesquisa sugere a necessidade de uma abordagem mais estruturada e contínua na educação financeira, capaz de acompanhar as rápidas mudanças no ambiente econômico e tecnológico, garantindo que os cidadãos sejam capazes de navegar de forma segura e eficaz em um mundo cada vez mais digital.

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Publicado

07-01-2025

Edição

Seção

Núcleo 3: Ciências Humanas, Ciências Sociais e Aplicadas, Linguística, Letras e Artes