Cultivo de aceroleira irrigada com águas salobras e aplicação exógena de peróxido de hidrogênio
Palavras-chave:
Malphigia emarginata D.C., Estresse abiótico, H2O2Resumo
A agricultura em regiões áridas e semiáridas enfrenta como desafio a escassez de água de boa qualidade, no entanto, o uso de águas salobras, como a água produzida no processo de extração de petróleo (AP) surge como alternativa a ampliação das áreas agrícolas devido ao grande volume extraído. Essa água representa um dos maiores desafios da indústria petrolífera, podendo, quando tratada, ter grande importância para usos em diversos fins como na irrigação de cultivos tolerantes, reduzindo, desta forma, os efeitos negativos do seu descarte. Embora a AP apresente em sua maioria, altos níveis de salinidade que podem impactar negativamente as plantas, o seu uso pode ser viável quando diluída com água de abastecimento (AA) e/ou associada a substâncias mitigadoras de estresse, como o peróxido de hidrogênio (H₂O₂). Desta forma, desenvolveu-se este estudo objetivando avaliar a tolerância de mudas de aceroleira (Malpighia emarginata D.C.) sob irrigação com diferentes diluições de AP sob aplicação de H₂O₂, sendo o mesmo conduzido em ambiente protegido (telado) na UFERSA, campus Caraúbas – RN. O experimento foi estruturado em um delineamento de blocos casualizados com esquema fatorial 5 × 2 × 2, com quatro repetições, cujos tratamentos consistiram em cinco diluições de AP em AA (100% AA; 75% AA + 25% AP; 50% AA + 50% AP; 25% AA + 75% AP; e 100% AP), duas concentrações de H₂O₂ (0 e 15 mM) e dois genótipos de aceroleira (Junco e Crioula). Esse arranjo permitiu a avaliação da resposta das plantas a diferentes níveis de salinidade e à presença de H₂O₂. A água produzida do petróleo em diluição com água de abastecimento na proporção 1:1 (50% AA + 50% AP) favorece o crescimento e produção de fitomassa de porta-enxertos de materiais genéticos de aceroleira. Concentração de peróxido de hidrogênio de 15 µM não atenua o estresse salino da água produzida do petróleo sobre a qualidade de porta-enxertos de aceroleira. O genótipo de aceroleira Crioula superou o Junco em termos de crescimento e produção de fitomassa.