Necessidades Formativas de Professores/as da Educação das Infâncias
Palavras-chave:
Necessidades formativas, Educação, Professores/asResumo
Neste texto, apresentaremos os resultados de uma investigação que buscou conhecer algumas das possíveis necessidades formativas na formação docente de pedagogos/as, em se tratando das temáticas de gênero e sexualidade. A formação docente, “como prática social que é, carrega em si a possibilidade de ocorrer mediante diferentes contextos, conteúdos, convicções, finalidades, encaminhamentos teórico-metodológicos e sujeitos” (Maknamara, 2020, p. 101). Nesse sentido, o objetivo dessa pesquisa é evidenciar de que maneiras tais temáticas estão sendo mobilizadas nos espaços formativos da Educação das Infâncias, focalizando, portanto, a formação inicial na licenciatura em Pedagogia. Com isso, a nossa principal ferramenta para o desenvolvimento da investigação foi um levantamento bibliográfico de produções disponíveis nos grupos de trabalhos das reuniões anuais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação – ANPEd. Dessa maneira, mapeamos trabalhos encontrados entre os anos 2000 a 2023. O mapeamento ocorreu entre dois Grupos de Trabalhos: GT 07 e GT 23. No GT 07 (Educação de crianças de 0 a 6 anos), procuramos identificar as pesquisas que dialogavam diretamente com as temáticas de gênero e sexualidade. Por outro lado, no GT 23 (Gênero, sexualidade e educação), buscamos verificar as produções que discutiam sobre a Educação das Infâncias. Ao todo, foram selecionados 31 textos. Com as análises desses trabalhos mapeados, foi possível elencar algumas categorias que possibilitaram uma melhor compreensão das produções quando o assunto engloba as seguintes necessidades formativas: “Docência masculina”; “Gênero, brinquedos e brincadeiras”; “Gênero, desempenho escolar e (bom) comportamento” e “Práticas Pedagógicas com Gênero e Sexualidade”. No que se refere a essas categorias, os resultados nos mostraram que uma expressiva quantidade de trabalhos tem como base teórica a vertente pós-estruturalista. Além disso, nas discussões apresentadas, encontramos a noção de que a produtividade em determinadas profissões estão intrinsecamente atreladas ao gênero do/a profissional e de que, portanto, a figura masculina é quase inexistente nos espaços da Educação das Infâncias. Por outro lado, uma expressiva maioria das produções apresentadas discutiam sobre o desempenho escolar de meninos e meninas levando em consideração seus gêneros e as noções dos tipos de feminilidade e masculinidade que os discursos estereotipados dentro das escolas acabam enraizando. Por fim, falar em “necessidades formativas” é sempre um desafio, pois envolve uma gama de fatores que interferem diretamente na formação de professores/as, seja na formação inicial, seja na formação continuada. Sendo assim, com as análises dos textos mapeados, entendemos que a formação docente precisa ser compreendida como um processo que está em constante reinvenção e ressignificação de sentidos.