Estoque de Serapilheira em Plantios Florestais na Região de Mossoró/RN
Palavras-chave:
Semiárido, Resíduos vegetais, Matéria orgânicaResumo
A serapilheira desempenha um papel crucial no ecossistema da Caatinga, contribuindo para a liberação de elementos minerais essenciais ao solo e para a interceptação da água da chuva, o que favorece o armazenamento hídrico e aumenta as taxas de infiltração (Caldeira et al., Comunicata Scientia, 4:111-119,2013). A vegetação da Caatinga, composta por árvores e arbustos de porte baixo, adapta-se às condições climáticas extremas, apresentando uma coloração verde vibrante durante a estação chuvosa e uma aparência desfolhada no período seco (Fernandes; Queiroz, Ciência e Cultura, 4:51-56, 2018). A análise da biomassa, do carbono e do nitrogênio na serapilheira é fundamental para compreender o ciclo de nutrientes, que é vital para a produtividade e a regeneração da vegetação local. Esses estudos são essenciais para a conservação e proteção das áreas da Caatinga, promovendo o desenvolvimento sustentável das atividades econômicas. Além disso, as informações obtidas podem guiar decisões sobre o manejo florestal e a implementação de políticas públicas voltadas para a conservação e uso sustentável dos recursos naturais dessa região. O objetivo deste trabalho foi avaliar o estoque de serapilheira acumulada em plantios florestais na região de Mossoró/RN. O estudo foi realizado em três plantios florestais experimentais, localizados na Fazenda Experimental da UFERSA, no município de Mossoró/RN. As amostras de serapilheira foram coletadas em três plantios florestais, com as seguintes espécies: Acacia mangium, Eucalyptus camaldulensis, Mimosa caesalpiniaefolia, sendo realizada essa coleta no período chuvoso e no período seco. As mesmas foram retiradas com o auxílio de uma moldura de madeira, de forma quadrada, medindo 0,5 m x 0,5 m (0,25m²). O material obtido através das molduras foi cuidadosamente retirado, evitando coletar solo, e raízes vivas. Após a coleta, os materiais amostrados foram secos ao ar e triados, separando em quatro frações (folhas, material lenhoso, estruturas reprodutivas e miscelânia) e retirando as impurezas. Após esse procedimento, as amostras foram secas em estufa de ventilação a 60ºC por 72 horas e pesadas em balança de precisão (0,01 g). Os resultados de massa seca (g) obtidos foram convertidos em t.ha-1 Para comparar a biomassa da serapilheira acumulada (das frações e total), bem como entre as estações, foi realizado o teste t de Student a 5% de significância, empregando-se a linguagem de programação R 4.2.1. A maior quantidade de serapilheira total acumulada sobre o solo foi observada no Eucalyptus camaldulensis (5,07 t.ha–1). A fração de material lenhoso foi o principal material formador da serapilheira para a espécie Eucalyptus camaldulensis (52%), enquanto para o Mimosa caesalpiniaefolia e Acacia mangium foram as folhas (72%, e 66%, respectivamente). A maior diferença de acúmulo entre as estações chuvosa e seca ocorreram para a Acácia Mangium com um aumento de 120%. Essa mesma tendência ocorreu com o Eucalyptus Camaldulensis e Mimosa caesalpiniaefolia com um aumento de 60 e 59% do período chuvoso para o seco. Para o material lenhoso, o Eucalyptus Camaldulensis apresentou biomassa superior em relação ao Mimosa caesalpiniaefolia e Acacia mangium. Os maiores estoques de biomassa foram observados na estação seca, para todas as espécies avaliados.