Avaliação do potencial de degradação de polietileno por microrganismos isolados de sedimentos da costa semiárida contaminados por petróleo

Autores

  • Anna Layza Lásaro Maia UFERSA
  • Adelino Toshiuki Moribe Junior UFERSA
  • Lidianne Leal Rocha UFERSA

Palavras-chave:

Bactérias, Plásticos, Biodegradação, Polietileno

Resumo

A larga produção de polímeros plásticos emerge como uma das maiores crises ambientais contemporâneas, por causa da sua lenta decomposição no meio ambiente. O descarte inadequado de toneladas de resíduos plásticos a cada ano tem ocasionado danos aos ecossistemas, contaminando solos, oceanos, e colocando em risco a biodiversidade e a saúde humana. Neste contexto, a biorremediação, que utiliza organismos para degradar poluentes, surge como uma solução promissora. A biodegradação bacteriana dos plásticos ocorre através de um processo enzimático complexo, no qual as bactérias secretam enzimas que atuam sobre as ligações químicas dos polímeros, fragmentando-os em moléculas menores. Essa capacidade biotecnológica representa um avanço significativo na busca por soluções para a poluição por plásticos, oferecendo uma alternativa mais sustentável aos métodos tradicionais de tratamento de resíduos. Assim, o objetivo do presente trabalho foi isolar microrganismos a partir de amostras de sedimentos da costa semiárida contaminados com o petróleo e avaliar o potencial de biodegradação de polietileno (PE) por esses microrganismos. Para tanto, foram coletadas amostras de sedimentos contaminados por petróleo proveniente do derramamento que atingiu a praia de Emanuelas, em Tibau (RN). Essas amostras foram transportadas sob refrigeração para o Laboratório de Biotecnologia e Microbiologia Ambiental (LABIOMA), onde foi realizado o isolamento de bactérias utilizando técnicas de enriquecimento com diferentes concentrações de NaCl. Os isolados obtidos foram submetidos a testes enzimáticos para detecção de lacases e degradação de polietilenoglicol (PEG), a forma solúvel do Polietileno (PE). No total, foram obtidos 8 isolados, dos quais os isolados BSS6, BCS1.1, BCS7.1, BCS8.1, BCS1.2, BCS3.2 e BCS5.2 apresentaram resultados positivos com índice enzimático para degradação de polietilenoglicol variando de 1,04 a 1,49; e as cepas BCS1.1, BCS7.1, BCS1.2, BCS3.2 e BCS5.2 apresentaram resultados positivos para a produção de lacases. Dessa forma, o estudo evidenciou o potencial dessas cepas bacterianas para serem usadas em futuras estratégias de biodegradação de resíduos plásticos, destacando que 50% das cepas obtidas no estudo apresentaram as duas habilidades testadas. No entanto, para confirmar a capacidade dos isolados em degradar o PE, ensaios de degradação usando o polímero como única fonte de carbono precisarão ser realizados, como por exemplo, usando o isolado BCS5.2, o qual apresentou uma média de índice enzimático da degradação de polietilenoglicol 1,10, além de capacidade para produzir lacases.

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Publicado

07-01-2025

Edição

Seção

Núcleo 1: Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências da Saúde: