Isolamento e Caracterização de Bactérias da Plastisfera da Costa Semiárida e Avaliação de seu Potencial de Biodegradação de Polietileno

Autores

  • Wellison Martins Frutuoso UFERSA
  • Lidianne Leal Rocha
  • Thairone Irineu de Araújo
  • Victor Rodrigues de Alencar Daxo

Palavras-chave:

Plástico, Biorremediação, esterase, lacase, plastisfera

Resumo

O polietileno, devido à sua alta resistência à degradação no meio ambiente, caracteriza-se como um dos principais poluentes ambientais associados ao descarte inadequado e a produção insustentável de plásticos. Entretanto, a colonização de plásticos por microrganismos formando um ecossistema conhecido como plastisfera mostra um potencial para a degradação desses polímeros, se mostrando uma alternativa em processos de biorremediação desses locais contaminados por esses polímeros. Este estudo teve como objetivo investigar a capacidade de degradação do polietileno por microrganismos isolados de resíduos plásticos da costa do semiárido, contribuindo, assim, para o desenvolvimento de estratégias de combate a esse problema ambiental. Para isso, amostras de resíduos plásticos foram coletadas na praia de Tibau e transportadas em caixas de isopor com gelo até o Laboratório de Biotecnologia e Microbiologia Ambiental (LABIOMA), Mossoró, RN, onde foram processadas. Em frascos Erlenmeyer esterilizados, cada amostra foi adicionada com 100 ml de meio mineral Bushnell Haas contendo 1,8% de NaCl, para simular as condições salinas típicas de ambientes costeiros. As amostras foram incubadas em mesa agitadora a 150 rpm por um período de 30 dias, com coletas realizadas nos dias 15 e 30. Essas alíquotas foram diluídas em solução salina (0,9% NaCl) e plaqueadas em ágar nutritivo com 1,8% de NaCl para o isolamento das bactérias. Os isolados foram submetidos à coloração de Gram, com registro de suas características morfológicas, além de testes enzimáticos para detecção de lacases, lipases e esterases. Foi realizado um screening dos isolados em um meio mineral livre de carbono, adicionado com 1,5% de Ágar e 0,2% de polietilenoglicol (PEG), afim de se avaliar a capacidade dos isolados em degradar esse polímero solúvel. Foram obtidas 32 colônias bacterianas com perfis morfológicos distintos, sendo quinze isolados gram-negativos e dezessete gram-positivos. Dezoito isolados demonstraram atividade esterásica, com índices enzimáticos entre 1,6 e 2,6. Doze isolados apresentaram resultados positivos para lacase, enquanto treze mostraram potencial para degradação de PEG. Nenhum isolado, contudo, exibiu atividade lipolítica nas condições experimentais aplicadas. Esses resultados apontam para a presença de microrganismos com potencial para a biodegradação de polietileno, abrindo novas perspectivas para a aplicação de tecnologias de biorremediação ambiental focadas na redução de resíduos plásticos.

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Publicado

07-01-2025

Edição

Seção

Núcleo 1: Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências da Saúde: