Eficácia De Modelos de armadilhas Sherman e Tomahawk para captura de pequenos mamíferos terrestres em um fragmento de Caatinga.

Autores

  • Pamela Isabelly Almeida Universidade Federal Rural do Semiarido
  • Arthur Queirós
  • Cecilia Calabuig

Palavras-chave:

Caatinga, Mamíferos, Armadilhas, Marsupiais, Roedores.

Resumo

O bioma Caatinga abrange a maior parte da área semiárida do Nordeste brasileiro, estendendo-se pelos estados de Alagoas, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. A maioria dos estudos envolvendo pequenos mamíferos emprega armadilhas do tipo Sherman e/ou Tomahawk, posicionadas no solo, sub-bosque e/ou dossel. O objetivo deste estudo, foi avaliar a eficácia de dois modelos de armadilhas: Sherman e Tomahawk na captura de pequenos mamíferos terrestres. Foi realizado na Fazenda Experimental Rafael Fernandes (05º03’43” S, 37º23’54” O) através de sessões de captura-marcação-recaptura mensais entre tal e tal ano totalizando 115 armadilhas instaladas por noite em uma área de 275 m x 300 m. O desenho experimental, colocando armadilhas intercaladas a uma distância máxima entre si de 25m, permitiu avaliar a efetividade de ambas os modelos relacionada a frequência de captura e a especificidade para diferentes espécies. No total, o esforço de amostragem resultou em 674 capturas de pequenos mamíferos, das quais 485 ocorreram em armadilhas Sherman e 189 em armadilhas Tomahawk. As capturas envolveram seis espécies, Didelphis albiventris (gambá-de-orelha-branca) Lund, 1840, Gracilinanus agilis (gambá-grácil-ágil) (Burmeister, 1854), Monodelphis domestica (gambá-cinzento-de-cauda-curta) (Wagner, 1842), Rattus rattus (Rato-preto) (Linnaeus, 1758), Thrichomys laurentius (punaré-de-São-Lourenço) (Thomas, 1904) e Wiedomys cerradensis (Gonçalves, Almeida, Bonvicino, 2003). O D. albiventris teve capturas quase equilibradas entre as armadilhas (57,8% na Sherman e 42,2% na Tomahawk). O G. agilis foi predominantemente capturado na Sherman (97,2%), enquanto o M. domestica também apresentou alta captura na Sherman (91,5%). O T. laurentius teve uma distribuição mais equilibrada (43,6% na Sherman e 56,4% na Tomahawk), e o W. cerradensis teve 56,0% na Sherman. Por outro lado, o R. rattus teve 80,3% das capturas na Tomahawk, evidenciando uma preferência pela armadilha maior, uma espécie com habilidades de mobilidade vertical e que utiliza uma variedade de estratos do habitat, incluindo galhos e pequenas elevações no terreno. Essa espécie exótica tem comportamentos e características que aumentam a chance de captura em armadilhas maiores e com acesso a estratos superiores, sugerindo que a Tomahawk é uma opção complementar para capturar espécies que utilizam diferentes estratos do ambiente, especialmente aquelas de maior porte e com mobilidade entre camadas de vegetação. A análise comparativa entre as duas armadilhas indica que, para estudos que objetivam amostrar a diversidade de pequenos mamíferos em fragmentos da Caatinga, a combinação de ambos os tipos de armadilhas pode maximizar a representatividade das amostras, atendendo a uma maior diversidade de guildas e preferências de micro-habitat. Os dados coletados são importantes para aprimorar o conhecimento sobre a ecologia de pequenos mamíferos em ambientes de Caatinga, contribuindo para a compreensão de como diferentes espécies utilizam os recursos disponíveis e os espaços em um ambiente semiárido. Concluímos que as armadilhas Sherman são altamente eficazes para espécies terrestres de menor porte, enquanto as Tomahawk demonstram maior eficácia para roedores com maior mobilidade vertical.

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Publicado

07-01-2025

Edição

Seção

Núcleo 1: Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências da Saúde: