Resposta clínica de asininos submetidos à perda aguda e transfusão sanguínea

Autores

  • Moisés Barbosa da Cruz UFERSA
  • Paulo Ricardo Firmino
  • Náyra Rachel Nascimento Luz
  • Amara Gyane Alves de Lima
  • Raimundo Alves Barrêto Júnior

Palavras-chave:

Hematócrito, Hemoterapia, Perda sanguínea, Volemia

Resumo

Os jumentos (Equus asininos) são animais que destacam-se pela sua resistência e adaptabilidade, sendo utilizados como meio de transporte e no trabalho agrícola. Os indivíduos inseridos nesses meios estão sujeitos a acidentes traumáticos que possam acarretar em perdas de sangue acentuadas. O presente estudo objetivou avaliar a resposta clínica dos asininos submetidos à transfusão sanguínea após perda aguda de 30% da volemia total. Para tanto, utilizou-se 6 animais da raça jumento nordestino, machos, adultos (6 a 13 anos), hígidos, pesando 110-130 kg. Os animais foram conduzidos ao Laboratório de Medicina Interna Veterinária (LABMIV) e contidos fisicamente no tronco de contenção. Realizou-se então a retirada do volume sanguíneo com auxílio de cateter 14G, introduzido na veia jugular com o animal em estação. O sangue foi armazenado em bolsas de sangue, as quais os volumes foram mensurados com auxílio de balança analítica. Em seguida, avaliou-se os seguintes parâmetros fisiológicos: frequência respiratória (FR), frequência cardíaca (FC), temperatura retal (TR), coloração das mucosas e tempo de preenchimento capilar (TPC), além do parâmetro hematológico hematócrito (Ht). Adotou-se os seguintes tempos experimentais sendo T0 antes da indução da anemia e T6 seis horas após indução, e após a transfusão, T1t (uma hora após transfusão), T6t, T12t, T24t, T48t, T72t e T8D (oito dias após transfusão), T16D, T24D e T32D. Nos resultados, observou-se que a FC no tempo T6 apresentou diferença significativa em relação ao T0 com aumento de 42 ± 3.7 para 51 ± 4.5 bpm, mas este não diferiu dos demais. Na FR, observou-se o aumento em T6 (46.2 ± 5.0) em relação ao T0 (26.0 ± 3.3) e T1t (35.0 ± 5.3), os quais diferiram entre si. Apenas no T6t observou-se a estabilização de tal parâmetro. No TPC, notou-se o aumento deste em T6 (3.0 ± 0.8 seg) em relação ao T0 (1.7 ± 0.5 seg), o qual normalizou a partir do T1t (1.8 ± 0.3 seg). Já a TR, no T0 apresentou 37.4ºC, não diferindo nos tempo seguintes. No tocante ao Ht, observou-se diminuição no T6 (23 ± 2.3 %), o qual assemelhou-se apenas com o T1t (27 ± 3.3 %), e estabilizou-se em T6t (30 ± 3.0 %) sendo semelhante ao T0. Desse modo, evidenciou-se que os asininos apresentaram boa resposta à transfusão de sangue total, tendo em vista que os parâmetros foram estabilizados rapidamente e sem a observação de reações adversas. Conclui-se que a transfusão sanguínea de sangue total em asininos após perda de 30% da volemia foi eficiente, sendo assim uma alternativa viável para animais que venham a sofrer após perdas de sangue significativas.

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Publicado

07-01-2025

Edição

Seção

Núcleo 1: Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências da Saúde: