Perfil da utilização de plantas medicinais e fitoterápicos com potencial abortivo e teratogênico por gestantes de alto risco atendidas no ambulatório de ginecologia e obstetrícia da Ufersa.

Autores

  • Antônia Ingrid de Oliveira Leandro UFERSA
  • Michael Douglas Rodrigues da Silva
  • Teresinha Silva de Brito

Palavras-chave:

Plantas medicinais, Fitoterapia, Fitoterápicos, Gestação de alto risco

Resumo

Introdução: A fitoterapia é comumente utilizada no período gestacional com o objetivo de tratar doenças ou amenizar os sintomas desencadeados pela gestação. No entanto, sabe-se que essa prática pode envolver potenciais riscos, visto que muitas plantas medicinais e fitoterápicos apresentam atividade teratogênica, embriotóxica e abortiva. Objetivo: Avaliar a utilização de plantas medicinais e fitoterápicos por gestantes de alto risco atendidas no ambulatório de ginecologia e obstetrícia da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA). Metodologia: Trata-se de um estudo observacional de caráter descritivo, com corte transversal e abordagem quantitativa e correlacional. Os dados foram coletados através da aplicação de questionários semiestruturados a 46 gestantes. Resultados: Constatou-se que 93,5% das participantes não foram orientadas quanto à fitoterapia e 17,4% faziam uso de plantas medicinais. Foi evidenciado o uso das seguintes espécies medicinais: camomila (Matricaria chamomilla; 62,5%), capim santo (Cymbopogon citratus; 25%), gengibre (Zingiber officinale; 12,5%), boldo (Peumus boldus; 12,5%), erva cidreira (Melissa officinalis /Lippia alba; 12,5%), chá preto (Camellia sinensis; 12,5%) e erva-doce (Pimpinella anisum; 12,5%). A administração predominante foi por via oral, através de infusões. Com exceção do gengibre, todas as plantas citadas possuem alguma contraindicação de uso na gestação diante de potenciais riscos ao binômio materno-fetal. Conforme os relatos, as espécies são utilizadas principalmente para melhora dos sintomas gestacionais, por seus efeitos calmantes e pelo fato de serem naturais, o que se correlaciona com a ideia de inocuidade da prática da fitoterapia. Contudo, 69,6% das gestantes acreditavam que o uso de plantas medicinais poderia oferecer riscos durante a gestação e 65,2% conheciam algum efeito adverso ou plantas medicinais contraindicadas nesse período. O uso foi indicado principalmente por parentes e amigos e destacou-se o caráter cultural desse saber. Não foram encontradas correlações significativas entre a prática da fitoterapia e a renda, a escolaridade, o trimestre de uso ou o conhecimento sobre os riscos dessa prática (p>0,05). Conclusão: Constatou-se que as participantes faziam uso de plantas medicinais contraindicadas no período gravídico, mesmo diante de gestações de alto risco. Destaca-se que o uso de plantas medicinais no período gestacional deve ser acompanhado por profissional da saúde, visando otimizar os benefícios e evitar os potenciais malefícios dessa prática.  

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Publicado

07-01-2025

Edição

Seção

Núcleo 1: Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências da Saúde: