Frequência e perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos de isolados clínicos de Klebsiella pneumoniae identificados em um hospital público em Mossoró-RN
Palavras-chave:
Infecção Hopitalar, Resistência antimicrobiana, Saúde PúblicaResumo
Em um contexto mundial de evolução da resistência aos antimicrobianos destacam-se as bactérias do grupo ESKAPE, espécies multirresistentes aos antimicrobianos, especialmente as Gram-negativas como Klebsiella sp., Enterobacter sp., Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter sp. principalmente por seu papel no ambiente hospitalar. Klebsiella pneumoniae é uma bactéria Gram-negativa, encapsulada e imóvel que normalmente coloniza superfícies mucosas humanas como orofaringe e trato gastrointestinal. A grande maioria das infecções por esse patógeno está associada à hospitalização acometendo principalmente indivíduos imunocomprometidos que estão hospitalizados e sofrem de doenças subjacentes graves. Em relação ao seu tratamento, os carbapenêmicos são membros da classe de antibióticos beta-lactâmicos e são considerados fármacos de último recurso para o tratamento destes patógenos. Nos últimos anos, a evolução da resistência aos carbapenêmicos tem chamado atenção e é tratada como uma ameaça urgente. Essa pesquisa objetiva avaliar o perfil de resistência de K. pneumoniae isoladas em um hospital público de Mossoró/RN. Esse foi um estudo retrospectivo aprovado pelo CEP (6.098.878). Incluiu-se dados de isolados clínicos de Klebsiella sp. durante o período de 2017-2022 com análise estatística descritiva que avaliou data da coleta, tipo de amostra, setor e susceptibilidade aos antimicrobianos. Identificou-se um total de 398 amostras, no qual a ala mais prevalente foi a UTI (205 amostras), seguido da clínica médica (59 amostras) e unidade de pacientes infectados (52 amostras). O tipo de amostra mais prevalente compreendeu secreções traqueais (130 amostras), seguido de urocultura (118 amostras). Em relação a 2022, que apresentou o maior número de isolados (113 amostras). Não se identificou alterações significativas no perfil de gênero dos pacientes, sendo 48 homens e 49 mulheres. Os fármacos antimicrobianos incluídos foram: Cefalotina com resistência em 90% dos isolados, Ceftriaxona em 77%, Amoxicilina-Clavulanato em 75%, Sulfametoxazol-trimetoprima em 63%, Cefoxitina em 60%, Ciprofloxacina em 60%, Cefepime em 56%, Gentamicina em 36%, Amicacina em 15% e Polimixina em 1%. Em relação a resistência ao meropenem identificou-se um percentual de 34,7% com maior crescimento de 2018 (4,5% de resistência) para 2019 (33,3% de resistência), o maior valor foi identificado em 2021 com uma porcentagem de 61,7%. Pode-se concluir que o aumento da resistência aos antimicrobianos é um problema de saúde pública e que o número de casos e a resistência da K. pneumoniae vem aumentando nos últimos anos, principalmente quando levamos em consideração os carbapenêmicos. Existe uma necessidade de um melhor direcionamento das terapias com antimicrobianos para que ocorra uma redução do uso inapropriado/incorreto dos antimicrobianos a nível hospitalar.