Perfil do conhecimento e da prescrição de plantas medicinais e fitoterápicos por profissionais da Atenção Primária à Saúde de Mossoró/RN
Palavras-chave:
Plantas medicinais, Fitoterápicos, Atenção Primária à Saúde, Profissionais prescritoresResumo
Introdução: A Organização Mundial da Saúde recomenda a incorporação de plantas medicinais e fitoterápicos nos sistemas de saúde, considerando seu papel na prevenção e tratamento de diversas doenças e sua ampla aceitação pela população. Contudo, a prescrição de plantas medicinais e fitoterápicos por profissionais de saúde ainda enfrenta desafios. Objetivo: Avaliar o conhecimento e o perfil de prescrição de plantas medicinais e fitoterápicos por profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) de Mossoró/RN. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal descritivo, realizado por meio de questionário semiestruturado, aplicado entre setembro de 2023 e junho de 2024, com profissionais prescritores da APS (médicos, odontólogos, enfermeiros e nutricionistas). Resultados: Um total de 117 profissionais da APS de Mossoró participaram do estudo. A maioria era composta por médicos (35,9%), seguidos por enfermeiros (30,7%), odontólogos (29,9%) e nutricionistas (3,4%). 61,2% dos profissionais afirmaram que a temática da fitoterapia não foi abordada durante a graduação e 74% relataram que não receberam capacitação sobre essa prática. No entanto, 90% dos profissionais manifestaram interesse em se capacitar nesta área. 23% dos profissionais relataram prescrever plantas medicinais, sendo citadas 30 espécies medicinais, destacando-se: camomila (Matricaria chamomilla; 40,7%), hortelã (Mentha spp.; 29,6%), capim-santo (Cymbopogon citratus; 25,9%), malvarisco (Plectranthus amboinicus; 18,5%) e cidreira (Lippia alba/Melissa officinalis; 18,5%). 35,9% dos profissionais relataram prescrever produtos fitoterápicos, destacam-se formulações à base de Passiflora incarnata (54,7%), Mikania glomerata (45,2%), Valeriana officinalis, (23,8%) Glycine max (21,4%) e Curcuma longa (11,9%). As plantas medicinais e/ou fitoterápicos foram mais frequentemente prescritos para transtornos mentais e comportamentais e para doenças do sistema respiratório. Conclusões: A fitoterapia é bem aceita pelos profissionais atuantes na APS do município de Mossoró. No entanto, destaca-se falha na inserção do conteúdo de fitoterapia nos currículos acadêmicos, bem como na capacitação desses profissionais. A prescrição de plantas medicinais e/ou fitoterápicos pelos profissionais da APS desempenha papel importante no tratamento e prevenção de doenças, sendo, imperativo o desenvolvimento de estratégias que promovam a sua efetiva inserção na prática clínica.