Atividade enzimática de fungos endofíticos isolados de sementes de Sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth.) encontradas na Caatinga.

Autores

  • Tamires de Freitas Moura UFERSA
  • Lívio Carvalho de Figueirêdo UFERSA
  • Jeorgia Milena Alves Tavares UFERSA
  • Ruth Vitória Freire de Oliveira UFERSA
  • Ane Cristine Fortes da Silva UFERSA

Palavras-chave:

Índice enzimático, Enzimas, Potencial biotecnológico

Resumo

A Caatinga, bioma exclusivo do Nordeste brasileiro, apresenta um clima semiárido e vegetação adaptada à seca, incluindo a espécie Mimosa caesalpiniifolia Benth. Sabiá, com capacidade de fixar nitrogênio no solo e relevante no processo de recuperação de áreas degradadas. Por sua vez, as plantas podem abrigar fungos endofíticos, que são microrganismos que vivem nos tecidos da planta sem causar danos, e possuem potencial biotecnológico, especialmente na produção de enzimas, que desempenham papéis importantes em diversas áreas, como a degradação de material orgânico e aplicações industriais. Entre essas enzimas estão a lipase, a protease, a amilase e a celulase, enzimas amplamente utilizadas nas indústrias alimentícia, têxtil e farmacêutica. A coleta das sementes de sabiá foi realizada no Parque Nacional da Furna Feia, no Rio Grande do Norte. Em seguida, foram transportadas até o Laboratório de Conservação da Caatinga, UFERSA-Mossoró, onde foram beneficiadas e conduzidas para o Laboratório de Biotecnologia de Fungos, UFERSA-Mossoró, onde passaram por um processo de desinfecção superficial. Após a desinfecção, as sementes foram inoculadas em placas de Petri com meio Batata Dextrose Ágar (BDA) suplementado com cloranfenicol (50 mg/L) e incubadas a 28 °C por até 28 dias. Os fungos isolados (denominados SABT1 e SABT2) foram cultivados em meio BDA por 7 dias a 28 °C, depois, discos de micélio de cada isolado foram inoculados em meios específicos para análise da atividade enzimática das enzimas lipase, amilase, celulase e protease, incubando novamente a 28 °C por 7 dias. Para avaliar a atividade lipolítica, utilizou-se um meio com 1% de Tween 20, 20 g de ágar, 10 g de peptona, 5 g de NaCl e 0,1 g de CaCl2, ajustado para pH 6,0 e esterilizado a 120° por 15 minutos; a formação de cristais de sal de cálcio indicou atividade. Já a atividade amilolítica foi avaliada em meio ágar amido, revelando um halo translúcido após aplicação de iodo sublimado. A atividade celulolítica foi realizada em meio contendo 1 g de carboximetilcelulose, pH ajustado para 5,0; a formação de um halo claro foi observada após o uso de corante vermelho congo. Para a atividade proteolítica, preparou-se um meio com gelatina e leite, observando-se um halo translúcido após a incubação. Os diâmetros dos halos e das colônias foram medidos para determinar os índices enzimáticos (IE = diâmetro da colônia / diâmetro da colônia mais o diâmetro do halo de degradação).O isolado fungíco SABT 1 demonstrou atividade enzimática significativa, apresentando índices enzimáticos superiores a 2,0 para celulase (IE = 3,176) e protease (IE = 2,875), além de bons resultados para lipase (IE = 1,468) e amilase (IE = 1,696). Em contraste, o SABT 2 não mostrou atividade enzimática relevante. Portanto, o isolado SABT 1 se destaca pela produção significativa de celulase e protease, enquanto o SABT 2 não apresentou relevância enzimática. O estudo reforça a importância da pesquisa sobre fungos endofíticos, que podem oferecer novas oportunidades para aplicações biotecnológicas e contribuir para o desenvolvimento sustentável.

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Publicado

07-01-2025

Edição

Seção

Núcleo 1: Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências da Saúde: