Avaliação histológica de gonadas masculinas após tratamento combinado do pondera® (cloridrato de paroxetina) e clonazepam (rivotril).
Palavras-chave:
depressão, ansiolíticos, fertilidade, testículosResumo
Dentre as desordens mentais, o transtorno depressivo maior (depressão) é um transtorno de humor grave muito comum, que ocorre em todas as faixas etárias, com uma incidência crescente em jovens e idosos. Dessa forma, antidepressivos são primordiais para melhorar a qualidade de vida de pacientes com depressão. Entretanto, inúmeros trabalhos têm demonstrado que a utilização de antidepressivos têm um grande impacto na fertilidade. Logo, o objetivo do presente trabalho foi investigar os possíveis efeitos da ação do cloridrato de paroxítona (paroxetina) e clonazepam (rivotril) da classe dos benzodiazepínicos sobre o sistema reprodutor masculino, com ênfase na espermatogênese dos animais. Para tanto, foram utilizados ratos Wistar com 90 dias de idade proveniente do biotério da UERN e mantidos no biotério da UFERSA (parecer CEUA 12/2023). Vinte e oito animais foram randomizados em 4 grupos experimentais (n=7/grupo): Controle (solução veículo de DMSO + água), Paroxetina (grupo tratado com 20 mg/kg de pondera diluída em veículo), Rivotril (grupo tratado com 20 mg/kg de rivotril diluída em veículo) e Paroxetina + Rivotril (grupo tratado com as doses combinadas de rivotril e paroxetina, diluídas em veículo), sendo tratados durante 28 dias por via oral. Ao final do período de tratamento, os animais foram eutanasiados por saturação anestésica de xilazina e cetamina, para a coleta de órgãos vitais e gônadas, ao qual o testículo foi destinado para as análises histopatológicas e morfométricas. Análise estatística: ANOVA seguido de Dunnet (considerando p<0,05). Não foi observado diferenças estatísticas com relação ao peso dos animais dos grupos controle, paroxetina, rivotril, paroxetina + rivotril, respectivamente (264,20 ± 9,07g x 253,20 ± 21,92g x 273,10 ± 14,58g x 268,70 ± 10,49g), assim como do peso absoluto (1,61± 0,02g x 1,47 ± 0,11g x 1,50 ± 0,03g x 1,55 ± 0,03g) e relativo (mg/100g) dos testículos (614,40 ± 24,77 x 585,90 ± 31,72 x 558,80 ± 23,95 x 584,50 ± 22,08). Com relação ao diâmetro do túbulo seminífero e altura do epitélio também não foram observadas alterações morfométricas (dados não mostrados). Entretanto, com relação a histopatologia, foi possível evidenciar apenas um aumento significativo das células de Sertoli no grupo rivotril (18,70 ± 0,19) quando comparado com o grupo controle (15,70 ± 0,19). Sabendo que uma diminuição do diâmetro tubular e de altura de epitélio germinativo pode estar diretamente relacionado a atividade espermatogênica dos testículos (Borges et al., Reprod Toxicol, 62:1-8, 2016) e que tratamentos com alguns antidepressivos inibidores de recaptura impactam diretamente na citoarquitetura testicular (Erdemir et al., Int Braz J Urol, 40(1):100-8, 2014), baseado no presente modelo experimental, não foram observados impactos que coloquem em detrimento o tratamento com estes ansiolíticos isolados ou combinadamente em terapias subcrônicas com machos adultos.