Avaliação dos parâmetros iniciais de desenvolvimento de ratas Wistar expostos in útero ao Aripiprazol

Autores

  • Emanuela Rafaelly Rocha Alves Ufersa
  • Cibele dos Santos Borges
  • Caio césar Araújo dos Santos
  • Aline Gabrielle Gomes da Silva
  • Licia Gabrielle Gomes de Oliveira

Palavras-chave:

Interação materno-fetal, Desenvolvimento Fetal, Gestação, Aripiprazol, Depressão Materna

Resumo

O transtorno depressivo materno durante a gestação é um distúrbio mental comum, afetando cerca de 20% das mulheres. Para tratá-los, utilizam-se medicamentos amplos, incluindo antipsicóticos e antidepressivos como o aripiprazol. Fármaco de segunda geração, classificado como Categoria C pela Food and Drug Administration (FDA) e que possui alta afinidade para os receptores de serotonina. Embora eficiente nas terapias antidepressivas, seus efeitos durante a exposição na gestação são escassos, embora aprovado para utilização em determinados casos. Assim, este estudo objetivou avaliar os efeitos da exposição pré-natal ao aripiprazol em ratas. Foram utilizados ratos Wistar (machos n=10; fêmeas n=15) mantidos no Biotério da UFERSA sob protocolo aprovado pelo CEUA. Após acasalamento natural, confirmada a presença de espermatozoides no lavado vaginal na manhã seguinte as ratas eram consideradas prenhes e divididas em três grupos experimentais (n=5/grupo): grupo controle tratado com solução veículo de DMSO + solução salina (Ctrl); grupo tratado com 0,3 mg/kg/dia (Exp1) e  com 6,0 mg/kg/dia de aripiprazol diluído em veículo (Exp2), administradas por via oral durante todo o período gestacional. As ratas foram eutanasiadas no dia gestacional 20, e seus órgãos vitais e reprodutivos foram coletados para avaliação toxicológica e os fetos foram coletados e avaliados quanto a possíveis malformações. Análise estatística: ANOVA (considerando p<0,05). Os resultados  indicaram ausência de diferenças significativas no peso dos órgãos vitais e reprodutivos comparados ao grupo controle. Nas análises de possíveis malformações fetais, também não foram observadas alterações entre os grupos experimentais. Parâmetros de fertilidade foram expressos como mediana e intervalos interquartílicos dos grupos Ctrl, Exp01 e Exp02, respectivamente: peso dos fetos (3,19g (3,07-3,30) x 3,55g (3,40-3,71) x 3,21g (2,61 -3,48)) e peso da placenta (0,51g (0,40-0,61) x 0,43g (0,42-0,47) x 0,43g (0,19-0,45)). O mesmo para as taxas (%) calculadas destas análises: potencial fértil (74,09 (56,52 - 91,67) x 82,35 (73,66-92,86) x 80,00 (48,64-91,29)), perdas pré-implantacionais (25,91 (8,33-43,48) x 17,65 (7,14-26,34) x 20,00(8,71-51,36)) e perdas pós-implantacionais (0,00 (0,00-0,00) x 0,00(0,00-9,09) x 9,09 (4,17-55,00)). Embora não tenham sido observadas alterações significativas nas taxas de fertilidade, uma redução no peso do útero gravídico foi encontrada no grupo Exp02 (44,96g (21,63-49,06)) em comparação aos grupos Ctrl (57,94g (54,11-61,77)) e Exp01 (61,05g (52,43-65,66)). Dessa forma, conclui-se que o aripiprazol, nas doses testadas, não apresenta efeitos tóxicos relevantes durante a gestação. No entanto, a diminuição no peso do útero gravídico no grupo com maior dose sugere a possibilidade de reprogramação fetal. Dados adicionais são necessários para confirmar essas observações e esclarecer melhor os efeitos do aripiprazol na gestação e no desenvolvimento fetal.

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Publicado

07-01-2025

Edição

Seção

Núcleo 1: Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências da Saúde: