Eficiência do extrato pirolenhoso de Eucaliptus urograndis a piodermite bacteriana em cães e gatos

Autores

  • Isadora Raquell Soares de Queiroz Universidade Federal Rural do Semi-Árido
  • Caio Sergio Santos
  • Gustavo Lopes Araújo
  • Mara Gabriela Rubens
  • Francisco Marlon Feijó

Palavras-chave:

Antimicrobiano, Cicatrização, Eucalipto, Extrato, Piodermite

Resumo

Os extratos fitoterápicos são medicamentos derivados de plantas, são amplamente utilizados na prevenção e tratamento de doenças. Essa prática, de raízes ancestrais, está profundamente entrelaçada com as tradições e culturas locais. O Nordeste Brasileiro, com sua flora exuberante, abriga inúmeras plantas com propriedades fitoterápicas. No entanto, o presente estudo foca especificamente no extrato pirolenhoso do eucalipto (Eucalyptus urograndis), com o intuito de avaliar a eficácia do extrato deste eucalipto no tratamento da piodermite em animais de companhia. A piodermite é uma infecção bacteriana oportunista, caracterizada pela inflamação e infecção das camadas superficiais da pele, sendo assim, algo recorrente na clínica de pequenos animais. Dessa forma, o experimento foi desenvolvido para evidenciar o uso de fitoterápicos nas terapias antimicrobianas, em resposta à crescente resistência aos fármacos, e para auxiliar na cicatrização de infecções bacterianas que acometem a pele de animais de companhia. A pesquisa foi realizada no Laboratório de Microbiologia Veterinária da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (LAMIV - UFERSA) e envolveu a fabricação do extrato a partir da madeira do eucalipto e o cultivo de cepas bacterianas. Para o cultivo bacteriano, as amostras de swabs foram colocadas em placas com Ágar BHI e MacConkey, incubadas a 37 °C por 24 horas, e identificadas como gram-positivas ou não. A identificação das bactérias foi confirmada por testes bioquímicos, resultando em todas as cepas classificadas como pertencentes ao gênero Staphylococcus. Após a identificação das cepas foi realizado a técnica de microdiluição em placas, com intuito de estabelecer a concentração inibitória mínima do extrato (CIM), sendo a menor concentração que inibe o crescimento das bactérias, e a concentração mínima bactericida (CBM), sendo a menor concentração capaz de eliminar completamente as bactérias. Com isso, os inóculos foram padronizados utilizando a escala de turbidez (0,8 a 1). Posteriormente, em cada poço da microplaca foram adicionados 95 microlitros de meio BHI, 5 microlitros do inóculo, e concentrações de 50%, 25%, 12,5%, 6,25%,3,12%, 1,06%, 0,53% do antisséptico a base de Eucalyptus urogrands I144 testadas em triplicada. Foi realizada a leitura no espectrofotômetro de microplacas no tempo 0 e 24 horas para identificação do crescimento bacteriano. Os resultados foram expressos em média ± erro padrão e analisados estatisticamente por meio da análise de variância (ANOVA), com comparações realizadas pelo teste de Tukey (P<0,05) utilizando o software Sisvar®. Essa metodologia detalhada fornece um panorama abrangente sobre o potencial antimicrobiano do extrato pirolenhoso de Eucalyptus urograndis. Logo, os resultados obtidos no trabalho indicaram que a concentração inibitória mínima (CIM) do extrato foi de 6,25% e a concentração mínima bactericida (CBM) de 25% para as cepas testadas, com variações nas CIM entre 3,12% e 6,25% para Staphylococcus spp. Em conclusão, comprovou-se a eficiência da ação antibacteriana do extrato pirolenhoso de Eucalyptus urograndis I144, assim, corroborando com estudos anteriores que demonstraram a capacidade do extrato de eucalipto em inibir o crescimento bacteriano, sugerindo que o extrato pirolenhoso pode ser uma alternativa viável no combate à resistência bacteriana em animais de companhia.  

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Publicado

07-01-2025

Edição

Seção

Núcleo 1: Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências da Saúde: