Avaliação dos efeitos adversos e parâmetros hematológicos do uso do tramadol por via oral em associação com dipirona em cães submetidos a estudo farmacocinético
Palavras-chave:
Analgesia multimodal, Cães, Tramadol, DipironaResumo
O uso de terapias multimodais para o controle da dor pós-operatória tem se tornado cada vez mais frequente, com a associação de opioides e anti-inflamatórios, sendo opção mais comum, a associação tramadol e dipirona. Ainda que usada frequentemente, há poucas informações sobre os efeitos adversos e alterações hematológicas que essas duas medicações possam causar quando administradas em concomitância por via oral em cães. Este estudo objetiva avaliar os efeitos adversos e parâmetros hematológicos resultantes da administração oral de tramadol associado à dipirona em cães. Foram utilizadas 10 cadelas não castradas, hígidas, com peso entre 15 e 25 kg e idade média entre 3 e 5 anos. Os animais receberam 2 mg/kg de cloridrato de tramadol associado a 25 mg/kg de dipirona sódica por via oral. As avaliações foram realizadas em dois momentos: antes da administração (M0) e 48 horas após (M1), por meio de hemogramas completos. Os resultados foram expressos em médias, desvios padrão, e os valores obtidos em M0 e M1: (P ≤ 0,05), utilizando o programa SPSS 23.0. As diferenças entre os momentos foram analisadas com testes t pareado e Wilcoxon. Os resultados indicam que, para a maioria das variáveis, não houve diferença estatisticamente significativa entre os dois momentos analisados, exceto para a contagem de linfócitos, pois em M0, a média foi de 2.856,22 ± 1.258,42, e em M1 foi de 4.381,11 ± 2.053,31, resultando em uma diferença média de -1.524,89 ± 1.888,95 (p = 0,028), indicando uma diferença estatisticamente significativa. Além disso, dois animais apresentaram sonolência e salivação. Conclui-se que o uso dessa associação é segura em dose única, embora estudos adicionais sejam necessários para avaliar os efeitos em uso contínuo.