Análise sazonal da dieta da coruja suindara Tyto furcata e da coruja-buraqueira Athene cunicularia na Caatinga potiguar

Autores

  • Sther Gomes Santana UFERSA
  • Vitor de Oliveira Lunardi
  • Thassio Bernardo Alves
  • Irys Layse do Nascimento Castro
  • Diana Golçalves Lunardi

Palavras-chave:

Sazonalidade, Ecologia trófica, Ave de rapina, Serviços ecossistêmicos

Resumo

A coruja suindara Tyto furcata e a coruja-buraqueira Athene cunicularia são aves de rapina que habitam a Caatinga (Araújo; Silva, 2017) -  uma região biogeográfica que possui alta sazonalidade da precipitação pluviométrica (Alvares et al., 2013). Essas corujas se alimentam de uma ampla variedade de animais e regurgitam diariamente o material que não foi digerido, como pele e esqueletos, de forma compactada compactada, em pequenas esferas denominados egagrópilos (Ray, 2020; Roulin, 2020). Amostras de egagrópilos são o principal material utilizado para a análise e descrição da dieta dessas aves de rapina (Roulin, 2020). Neste estudo foram coletadas e analisadas amostras de egagrópilos das corujas suindara e buraqueira no oeste potiguar, intuito de contribuir para uma melhor compreensão sobre os efeitos da sazonalidade na dieta dessas aves de rapina na Caatinga. Corujas ocupam um papel relevante na regulação de teias alimentares, pois auxilia no controle populacional de suas presas, entretanto poucos estudos foram realizados para investigar a dieta desses animais no ambiente sazonalmente dinâmico da Caatinga  (revisão em Roulin, 2020). Este estudo contribui para uma melhor compreensão sobre os serviços ecossistêmicos realizados por corujas na Caatinga, e essas informações poderão subsidiar estratégias de manejo, gestão e educação ambiental nessa região. Analisar e comparar sazonalmente a dieta das corujas suindara T. furcata e buraqueira A. cunicularia na Caatinga oeste potiguar. Entre agosto de 2023 e julho de 2024, amostras de egagrópilos se suindara foram coletadas no Parque Nacional da Furna Feia (Brasil, 2012) e de corujas-buraqueira no campus da Universidade Federal Rural do Semi-Árido de Mossoró (UFERSA, 2024), ambos localizados no estado do Rio Grande do Norte. Após a coleta de amostras de egagrópilos de in situ, os seguintes processos metodológicos foram realizados em laboratório: armazenamento temporário de amostras individualizadas em álcool 70% a 5°C para assepsia; seguido de triagem dos egagrópilos para separação e identificação de materiais biológicos (crânios de vertebrados e parte exoesqueletos de invertebrados). Para analisar sazonalmente a dieta de suindaras, também foram utilizadas amostras de egagrópilos coletadas previamente entre 2016 e 2022, armazenadas no Laboratório de Ecologia Evolutiva e Molecular da UFERSA. A dieta da suindara durante a estação seca foi composta de 92,6% de morcegos, 5,5% de roedores e 1,8% de aves, em um total de 271 crânios de presas identificados nas amostras de egagrópilos. A dieta da suindara na estação chuvosa foi composta de: 85,2% de morcegos, 12,6% de roedores, 1,8% de aves e 0,4% de marsupiais, em um total de 223 crânios amostrados e analisados. Em 133 amostras de egragrópilos da coruja-buraqueira coletadas durante a estação seca foram encontrados fragmentos de invertebrados em 97,7% dessas amostras e de vertebrados em 88,7%. Em 67 amostras de egagrópilos dessa espécie coletadas na estação chuvosa, foram encontrados fragmentos de invertebrados em 91% das amostras e de vertebrados em 97%. A partir destes resultados, foi possível concluir que não houve mudança significativa na dieta das corujas suindara e buraqueira na Caatinga oeste potiguar, entre as estações seca e chuvosa.

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Publicado

07-01-2025

Edição

Seção

Núcleo 1: Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências da Saúde: