Potencial antimicrobiano do extrato pirolenhoso de Eucalyptus urograndis in vivo aplicado sob o coto umbilical de caprinos neonatos

Autores

  • Emanuel Bezerra Soares UFERSA
  • Francisco Marlon Carneiro Feijó Universidade federal rural do semiárido - UFERSA https://orcid.org/0000-0002-7941-8949
  • Caio Sérgio Santos Universidade federal rural do semiárido - UFERSA https://orcid.org/0000-0001-9133-1857
  • Nilza Dutra Alves Universidade federal rural do semiárido - UFERSA
  • Rayara Silva de Freitas Universidade federal rural do semiárido - UFERSA

Palavras-chave:

Antimicrobianos alternativos, Sanidade animal, Caprinocultura, Fitoterapia

Resumo

Os fitoterápicos são medicamentos derivados de plantas amplamente utilizados por criadores empiricamente na prevenção de infecções dos animais domésticos. No semiárido nordestino, a caprinocultura é economicamente importante, sobretudo para o sustento familiar, necessitando de cuidados no período neonatal para o desenvolvimento do rebanho, em especial a cura do umbigo, manejo importante a ser realizado evitando a formação de portas de entrada para infecções. Nesse cenário, a diversificada flora do semiárido predispõe para estudos metodológicos nesse campo medicinal. Portanto, objetivou-se verificar a eficácia do extrato pirolenhoso proveniente da queima da madeira da planta arbórea Eucalyptus urograndis I144 na cura do umbigo de caprinos neonatos como tratamento alternativo ao convencional à solução de iodo à 10%. Para esta pesquisa foram utilizados 12 caprinos, divididos em 3 grupos de 4 animais por tratamento, determinados por grupos A, B e C: A - tratamento com imersão do coto umbilical no extrato por um minuto; B - tratamento com imersão do coto umbilical no extrato por cinco minutos; C - tratamento com imersão do coto umbilical no iodo a 10% por cinco minutos. A coleta das amostras foi realizada utilizando suabes estéreis sob o coto umbilical dos animais após aplicação do extrato, durante cinco dias consecutivos. O material coletado foi analisado pelo método de contagem de micro gota. Os animais localizavam-se no assentamento Independência, zona rural de Mossoró, Rio Grande do Norte. A pesquisa respalda-se pelo comitê de ética em uso de animais sob o parecer no 03/2023. Utilizou-se extrato pirolenhoso de eucalipto na concentração de 3,125% (A, B) observado in vitro. O controle positivo estabelecido foi a solução de iodo a 10% (C). Mensurou-se o coto umbilical utilizando paquímetro para verificação da regressão ao longo do tempo. Os resultados do teste Tukey por meio do software Sisvar© não apresentaram diferença estatística entre tratamentos em relação às unidades formadoras de colônias (UFC), com médias: A - 2,03x106 UFC, B - 9,47x106 UFC e C - 4,15x105 UFC. Ao analisar as médias de UFC/dia, notou-se variações entre máximo e mínimo de UFC ao longo dos tratamentos: A variou entre 3,5x103 e 7,9x106 UFC, B entre 2,9x105 e 3,2x107 UFC, e C entre 0 e 2,0x106 UFC. Comparando os tratamentos a cada dia, apenas no dia 2 o tratamento B apresentou diferença estatística, com média geral do dia de 3,2x107 UFC, havendo crescimento elevado em comparação a A (8,8x103 UFC) e C (1,9x104 UFC). Todos os dados foram analisados conforme grau de significância estatística (p<0,05). As dimensões do coto umbilical, apresentaram regressão ao longo dos dias, tendo o tratamento A regredido de 0,55 cm de largura no dia 0 para 0,25 cm no dia 4, quanto ao comprimento, regrediu de 0,75 cm no dia 0 para 0,32 cm no dia 4, sendo proporcionalmente o melhor resultado. Assim, o extrato pirolenhoso de Eucalyptus urograndis I144 apresenta-se como uma possível alternativa ao iodo a 10% na cura de umbigo de caprinos.

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Biografia do Autor

Francisco Marlon Carneiro Feijó, Universidade federal rural do semiárido - UFERSA

Possui graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual do Ceará (1993), mestrado em Microbiologia Veterinária pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1997) e doutorado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Pernambuco (2004). Atualmente é professor titular da Universidade Federal Rural do Semiárido. Tem experiência na área de Microbiologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Identificação e ação de extratos de plantas sobre bactérias e leveduras de interesse médico veterinário e ambiental. Produzindo prototipos para tecnologia agrária. Docente do Programa em Ambiente, Tecnologia e Sociedade (Ppgats) e do Programa de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação (Profnit). 

Caio Sérgio Santos, Universidade federal rural do semiárido - UFERSA

Possui graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (2011), mestrado em Ambiente, tecnologia e sociedade pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (2014) e doutorado em Ciência Animal pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (2020). Atualmente é técnico de laboratório/área da Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Tem experiência na área de Medicina Veterinária, com ênfase em Microbiologia Veterinária e Reprodução Animal, atuando principalmente nos seguintes temas: bacteriologia, potencial antimicrobiano e tóxico de plantas do semi-árido e conservação de germoplasma animal. 

Nilza Dutra Alves, Universidade federal rural do semiárido - UFERSA

Possui graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual do Ceará (1991), mestrado em Farmacologia pela Universidade Federal do Ceará (1997) e doutorado em Farmacologia pela Universidade Federal do Ceará (2004). Atualmente é professora titular da Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Tem experiência na área de Medicina Veterinária, com ênfase em Farmacologia e Terapêutica Animal, atuando principalmente nos seguintes temas: cães, leishmaniose visceral, gatos, saúde pública e mossoró.

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Publicado

07-01-2025

Edição

Seção

Núcleo 1: Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências da Saúde: