Explorando o óleo essencial da casca de laranja como produto antioxidante em meios de cultivo de oócitos suínos: uma estratégia para o incremento do agronegócio

Autores

Palavras-chave:

Suinocultura, Citrus sinensis, Maturação in vitro, Inovação tecnológica

Resumo

A suinocultura desempenha um papel crucial no agronegócio brasileiro e impacta significativamente a economia global. Nesse cenário, a produção in vitro de embriões é uma alternativa para otimizar a eficiência reprodutiva, mas enfrenta desafios como o estresse oxidativo. Logo se faz necessário estratégias inovadoras que atenuem os danos causados por este estresse, promovendo a melhoria das condições de cultivo. O óleo essencial da casca de laranja ou Citrus sinensis (OECS) poderia representar uma alternativa antioxidante sustentável e de baixo custo no controle do estresse oxidativo. Portanto, o objetivo foi avaliar diferentes concentrações do OECS e seu o potencial antioxidante durante a maturação in vitro (MIV) de oócitos suínos. O OECS foi obtido a partir de cascas de laranja por hidrodestilação, e sua composição química foi D-limoneno (48,5%) e α-terpineol (40,2%). Oócitos recuperados de fêmeas de abatedouro foram selecionados e maturados em meio MIV de acordo com quatro grupos: CIS (cisteamina 100 µM); CIS + 10 µg/mL de OECS (OECS10); CIS + 30 µg/mL de OECS (OECS30); CIS + 50 µg/mL de OECS (OECS50). Após 44 h de MIV (38,5 °C; 6,5% CO2), oócitos foram avaliados quanto à expansão e viabilidade das células do cumulus usando o azul de tripan, maturação nuclear (primeiro corpúsculo polar [1CP] e núcleo em metáfase II) e citoplasmática (distribuição e padrão mitocondrial) usando as sondas fluorescentes Hoechst 33342 e CMXRos, e espécies reativas de oxigênio (EROs) usando a sonda fluorescente H2DCFDA. Dados em percentuais foram comparados pelo teste do qui-quadrado, enquanto os valores de EROs foram transformados e avaliados por ANOVA e teste Tukey (P < 0,05). Após dez repetições, 720 oócitos viáveis foram selecionados a partir de 282 ovários (2,5 oócitos/ovário) e submetidos à MIV. Quanto à expansão das células do cumulus, todos os grupos apresentaram taxas superiores a 50% (P > 0,05). Além disso, OECS50 (90,3% ± 2,3) foi superior ao OECS10 (88,0% ± 2,6), OECS30 (87,6% ± 2,9) e controle (75,1% ± 4,9) após análise da viabilidade das células do cumulus. Nenhuma diferença entre os grupos foi observada para 1CP (CIS: 64,2% ± 4,3; OECS10: 66,5% ± 2,9; OECS30: 70,1% ± 4,5; OECS50: 68,7% ± 2,1), metáfase II (CIS: 77,8% ± 2,7; OECS10: 70,2% ± 2,4; OECS30: 69,0% ± 6,3; OECS50: 75,4% ± 1,6) e distribuição mitocondrial (CIS: 74,1% ± 6,0; OECS10: 83,3% ± 6,3; OECS30: 76,8% ± 9,9; OECS50: 71,4% ± 2,8). Contudo, OECS50 (85,7% ± 11,1) foi superior a CIS (63,0% ± 3,03) após a análise dos padrões mitocondriais. Quanto à avaliação do efeito antioxidante pela quantificação de EROs, OECS50 [0,55 ± 0,21] apresentou valores similares a OECS30 [0,62 ± 0,17] e inferiores ao controle [1,00 ± 0,44] e OECS10 [1,03 ± 0,45], sendo essa redução um indicativo de ação antioxidante. Em conclusão, 50 µg/mL de OECS pode ser utilizado como um agente antioxidante na MIV suína, uma vez que melhorou parâmetros relacionados à fisiologia oocitária. Os resultados indicam que essa substância pode representar uma alternativa promissora para aprimorar a reprodutibilidade na MIV suína, proporcionando potenciais benefícios ao agronegócio.

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Publicado

07-01-2025

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Seção

Núcleo 1: Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências da Saúde: