Efeito do estresse hídrico na regeneração de raízes adventícias

Autores

  • Maria Cleoneide Carlos Ribeiro UFERSA
  • Cassia Silva UFERSA
  • Ana Beatriz Alves UFERSA
  • Ingrid Carla Ferreira de Lima UFERSA
  • Poliana Coqueiro Dias Araujo UFERSA

Palavras-chave:

Enraizamento adventício, cultura de tecidos, micropropagação

Resumo

Fatores abióticos, como o estresse hídrico, podem afetar o enraizamento e a sobrevivência de explantes in vitro e ex vitro. As respostas das plantas ao déficit hídrico são complexas e dependem da duração, intensidade do estresse e estágio de desenvolvimento. A resposta ao estresse envolve defesas e regeneração de órgãos danificados, iniciada por sinais de estresse. Dessa forma, o presente estudo tem como hipótese que o estresse hídrico a níveis leves e moderados favorece o enraizamento adventício por promover ativação de longa e curta distância do sistema de defesa da planta o que contribui para a regeneração das raízes. Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a influência do estresse hídrico na regeneração de raízes adventícias em explantes foliares de Eucalyptus camaldulensis. As sementes foram semeadas em potes de vidro com capacidade  de 100ml, contendo 20mL de meio  de  cultivo  para  crescimento in vitro MS (Murashige & Skoog), com pH ajustado a 5,8 e autoclavado a 121 °C por 60 minutos. Após germinação, explantes foliares foram excisados das plântulas e inseridos em placas de Petri contendo 10 mL de meio de cultura. O meio de cultura foi suplementado com sacarose em concentrações variadas para obter o potencial osmótico de: 0 (T0 - controle), 0,072 (T1), 0,217 (T2), 0,431 (T3), 0,651 (T4) Mpa, o pH dos meios de cultura, posteriormente foi ajustado para 5,8 ± 0,2 e esterilizados em autoclave a 121°C por 60 minutos. As placas com os explantes foram armazenadas em B.O.D a 25°C. O  experimento  foi  realizado em  delineamento  inteiramente  casualizado,  com cinco  repetições  para  cada  tratamento, sendo cada  unidade  amostral  composta  por uma placa contendo cinco explantes. Os  caracteres  avaliados  foram: sobrevivência, produção de calos e enraizamento. Os resultados obtidos foram tabelados e calculadas as médias usando planilhas do Excel. A partir dos resultados observados, o tratamento controle e o T2 tiveram as maiores taxas de sobrevivência, enquanto o T1 mostrou uma redução significativa, com T3 e T4 apresentando taxas ainda mais baixas, especificamente o T4, com menor média observada. Quanto ao enraizamento, o T2 foi o mais eficaz, com o controle e o T1 apresentando enraizamento moderado, e T3 e T4 sem desenvolvimento radicular. Em relação a presença de calo, o tratamento T3 teve maior formação de calos, seguido pelo T2, enquanto o controle, T1 e T4 tiveram menor produção. O T2 demonstrou ser o meio mais equilibrado, combinando alta sobrevivência, melhor enraizamento e formação significativa de calos. De acordo com os resultados, níveis leves e moderados de estresse hídrico conduzem ao enraizamento adventício mais eficaz. Isso sugere que o estresse hídrico em níveis moderados pode, de fato, ativar mecanismos de defesa e regeneração que favorecem o enraizamento. Entretanto, níveis mais altos de estresse mostraram que, além de comprometer a sobrevivência, o enraizamento foi severamente inibido.

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Publicado

07-01-2025

Edição

Seção

Núcleo 1: Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências da Saúde: