Avaliação de diferentes concentrações de albumina sérica bovina durante a capacitação espermática em Dasyprocta leporina (Linnaeus, 1758)

Autores

  • Ana Lívia Rocha Rodrigues UFERSA
  • Lhara Ricarliany Medeiros de Oliveira UFERSA
  • Antônia Beatriz Mendonça Pereira UFERSA
  • Alexandre Rodrigues Silva UFERSA
  • Alexsandra Fernandes Pereira UFERSA

Palavras-chave:

Roedor silvestre, Fertilização in Vitro, Manipulação espermática

Resumo

A fertilização in vitro (FIV) possui grande potencial para aumentar a capacidade reprodutiva de diversas espécies, incluindo a Dasyprocta leporina. Contudo, são escassos os estudos que exploram a otimização das etapas da FIV para essa espécie, como a capacitação espermática, resultando em uma limitada disponibilidade de informações. Portanto, o objetivo foi avaliar diferentes concentrações de albumina sérica bovina (BSA) como agente capacitante de espermatozoides epididimários de D. leporina. Todos os procedimentos foram aprovados pelo CEUA/UFERSA (no. 20/2022) e ICMBio (no. 71837-1). Para tanto, seis animais foram anestesiados e eutanasiados para o experimento. A recuperação dos espermatozoides foi realizada por lavagem retrógrada da cauda do epidídimo, seguida da capacitação espermática em meio mínimo capacitante (MMC) composto de 105 mM cloreto de sódio, 26 mM bicarbonato de sódio, 10 µg/mL vermelho de fenol, 5,56 mM glicose, 25 mM HEPES, 21,6 mM lactato de sódio, 2 mM cloreto de cálcio, 0,25 mM piruvato de sódio, e 1% solução de antibiótico-antimicótico. Três grupos foram considerados para comparação: meio MMC adicionado de baixa concentração de BSA (↓BSA, 4 mg/mL), alta concentração de BSA (↑BSA, 15 mg/mL) ou sem BSA (GC, controle). Após 6 h de incubação em ambiente controlado (38,5 °C em 6,5% de CO2), células espermáticas foram avaliadas quanto à motilidade, morfologia, integridade funcional da membrana plasmática, capacitação propriamente dita e reação acrossômica. Todos os dados foram analisados para normalidade pelo teste de Shapiro-Wilk e a homogeneidade da variância pelo teste de Bartlett e, em seguida, transformados e analisados usando o teste de Tukey (P < 0,05). Quanto à obtenção das amostras, essas apresentaram coloração esbranquiçada, com pH 7,0 e índice de vigor de 4,5 (escala de 0 a 5). A concentração média foi de 252,3 × 106 espermatozoides/mL, variando de 179 a 290 × 106 espermatozoides/mL. Nenhuma diferença foi observada entre os grupos para a motilidade e integridade da membrana plasmática (P > 0,05). Todos os tratamentos (GC: 63,5% ± 1,0; ↑BSA: 68,5% ± 1,2; ↓BSA: 72,7% ± 3,3) foram capazes de promover taxas de capacitação acima de 60%, e não diferiram entre si (P > 0,05). Resultados similares foram observados para a reação acrossômica [controle (54,7% ± 1,5), ↑BSA (56,2% ± 3,2) e ↓BSA (60,2% ± 2,0, P > 0,05)]. Contudo, na análise de morfologia espermática, o grupo ↓BSA (17,3% ± 3,4) apresentou significativamente (P < 0,05) mais defeitos na cauda que o GC (6,5% ± 1,1) e ↑BSA (9,5% ± 2,0). Ainda, ambos os grupos com ↑BSA (9,3% ± 3,0) e ↓BSA (12,8% ± 5,1) foram superiores ao grupo controle (5,0% ± 1,3) no número de espermatozoides de velocidade média (P < 0,05). Portanto, a partir desses dados recomenda-se a adição de uma maior concentração de BSA (15 mg/mL) no MMC durante a capacitação, para manter as características viáveis dos espermatozoides de D. leporina. Essa otimização representa um importante passo para entender a fisiologia espermática da espécie, além de auxiliar nas tecnologias de reprodução assistida, como a FIV, para a conservação da D. leporina.

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Publicado

07-01-2025

Edição

Seção

Núcleo 1: Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências da Saúde: