Caracterização de quatro populações de pau branco quanto a produção de mudas
Palavras-chave:
Cordia glazioviana, propagação in vitro, microestaquia.Resumo
Em decorrência da difícil germinação e recalcitrância da semente, associado ao corte indiscriminado, Cordia glazioviana (Taub.) Gottschling & J.S.Mill é uma espécie vulnerável, sendo necessário um programa de conservação para manutenção da variabilidade genética da espécie. Neste sentido, objetivo deste projeto é estabelecer um Banco Ativo de Germoplasma da C. glazioviana a fim de conservar, avaliar, caracterizar e documentar o germoplasma existentes para múltiplos usos. Como etapa inicial, será realizada a produção de mudas via seminífera e propagação vegetativa utilizando a técnica de microestaquia. As sementes foram coletadas em quatro municípios do estado do Rio Grande do Norte, dividindo-os em populações: Açu, Mossoró, Upanema e Serra do Mel. Após a coleta dos frutos foi realizado o beneficiamento das sementes e a propagação seminal in vitro utilizando composto orgânico comercial como meio de cultivo. Sequentemente, estabeleceu-se um microjardim em canaletão suspenso com 60 mudas das quatro populações. A germinação das sementes é classificada como fanerocotiledonar, foliácea e epígea, e se inicia com a emissão dos cotilédones de localização oposta, coloração branca e formato arredondado, que passam a ter coloração verde intenso após 10 dias. Em seguida, houve o desenvolvimento do hipocótilo, alongamento das raízes e o surgimento do epicótilo e de uma folha simples com coloração esverdeada. As folhas simples na fase de plântula, possuem formato arredondado e se remodelam na fase de muda para um formato obovado e textura foliar semi-coriácea. Notou-se que todas as populações apresentaram alta pilosidade nas faces adaxial e abaxial de suas folhas e no caule nos primeiros 5 meses, que reduziram para baixa pilosidade nas folhas e sem presença de pilosidade no caule a partir do sexto mês. Seu hábito de crescimento é ereto, com superfície do caule lisa, além da presença de lenticelas que permaneceram em toda sua fase de muda. A emergência das sementes e a sobrevivência das plântulas foi baixa em todas as populações, tendo Upanema os menores valores registrados. Por ser uma espécie recalcitrante e as sementes utilizadas na experimentação foram armazenadas por 8 meses justifica o baixo vigor e a baixa sobrevivência destas. Por outro lado, as microestacas coletadas no microjardim, com trinta e cinco dias após o estaqueamento, obtiveram 100% de enraizamento e sobrevivência. Diante dos resultados, a semeadura das sementes deve ser realizada de forma imediata após coleta e beneficiamento, a fim de manter seu vigor. Nas quatro populações em estudo, a germinação é fanero epígea com os cotilédones livres acima do nível do solo, com a formação de plântulas fotossintetizantes. A microestaquia é uma técnica viável com vistas a produção de mudas das populações. Em conjunto, os resultados indicam que a micropropagação pode ser aplicada na conservação e multiplicação da espécie.