Caracterização da microbiota aeróbia vaginal em fêmeas pré-púberes de catetos (Pecari tajacu Linnaeus, 1758) criados no semiárido do Rio Grande do Norte, Brasil.

Autores

  • Lilian Leal Dantas Universidade Federal Rural do Semi-Árido
  • Alexandre Rodrigues Silva
  • Yasmim Carla da Silva Cavalcante
  • Caio Sérgio Santos
  • Francisco Marlon Carneiro Feijó

Palavras-chave:

Microbioma, Citologia vaginal, Progesterona, Tayassuideos

Resumo

Para garantir a conservação das espécies, especialmente aquelas em risco de extinção, é fundamental compreender a biologia reprodutiva desses animais, incluindo o microbioma, a microbiota e sua relação com os hormônios reprodutivos. Nesse contexto, o objetivo do estudo foi caracterizar a microbiota aeróbia e microaerófila vaginal de fêmeas púberes de cateto (Pecari tajacu Linnaeus, 1758), isolar e identificar as espécies de microrganismos no trato vaginal dessas fêmeas, correlacionar as proporções de microorganismos encontrados com o estágio reprodutivo dos animais, detectado pela dosagem dos níveis progesterona sérica e por colpocitologia. O estudo foi realizado com animais provenientes do Centro de Reprodução de Animais Silvestres da UFERSA – CEMAS, e os procedimentos foram realizados de acordo com o Regulamento de Bem-Estar Animal do Conselho Federal de Medicina Veterinária e aprovado pelo Comitê de Ética no Uso de Animais da UFERSA (parecer nº 05/2023). Foram utilizados quatro catetos fêmeas (jovens púberes), com idade de sete meses e peso médio de 10kg. Por meio de suabes coletados na região vaginal cranial, foi analisada a colpocitologia e isolados os microrganismos, os quais foram identificados pela técnica de ionização a laser assistida por matriz acoplada a espectrometria de massa por tempo de voo (MALDI-TOF MS). Além disso, foram coletados 4 mL de sangue, para medir os níveis séricos de progesterona utilizando a técnica de radioimunoensaio em fase sólida. Os valores foram expressos como média e erro padrão. O teste de Kruskal-Wallis foi utilizado para comparar os parâmetros citológicos vaginais, e os parâmetros da citologia vaginal foram comparados com os níveis de progesterona por meio de análise de variância (ANOVA), seguida do teste de Tukey. Os resultados foram considerados significativos quando (p< 0,05). Ao final do experimento, foram caracterizados 91,6% dos microrganismos no microbioma, pertencendo aos filos Firmicutes (33,3%), Actinobactérias (25%) e Proteobactérias (33,3%), enquanto 8,3% não pertenciam a nenhum filo. A lista de espécies identificadas inclui, principalmente, microorganismos dos géneros Bacillus, Staphylococcus e Alcaligenes, bem como Glutamicibacter e Mammaliicoccus. Sendo Alcaligenes faecalis, a espécie mais encontrada, seguida por Glutamicibacter creatinolítico, a primeira é uma bactéria que possui ação probiótica, e a segunda uma espécie produtora de urease extracelular, no presente estudo, esse microrganismo possivelmente foi identificado devido à proximidade anatômica da uretra com a região coletada. Ademais, as espécies Mammaliicoccus sciuri, Bacillus licheniformis e Staphylococcus cromogenes, não representam riscos à saúde animal. Os níveis de progesterona foram em torno de 13,8 ± 6,6 ng/ml. Na colpocitologia, observou-se maior proporção de células superficiais (93,2 ± 3,2%), seguida por células parabasais, basais e intermediárias. Não foi encontrada correlação significativa (P > 0,05) entre a população bacteriana e os níveis de progesterona, bem como entre a população bacteriana e a proporção de diferentes tipos celulares encontrados na colpocitologia. Portanto, o estudo demonstrou, pela primeira vez, o isolamento e identificação de bactérias aeróbias e microaerófilas presentes na microbiota vaginal de catetos púberes, assim como sua diversidade, não sendo verificadas relações desta com o estágio reprodutivo dos animais.

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Publicado

07-01-2025

Edição

Seção

Núcleo 1: Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências da Saúde: