Bioatividade de inseticidas botânicos comerciais contra Duponchelia fovealis (Lepidoptera: Crambidae)
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252025v3812806rcPalavras-chave:
Lagarta-da-coroa. Toxicidade. Nim. Sophora flavescens. Sustentabilidade.Resumo
Os inseticidas botânicos têm se destacado como ferramenta no manejo integrado de pragas, cujas características ecológicas são particularmente atraentes para o morangueiro. Devido as restrições na sua grade fitossanitária, um dos desafios está no controle da praga-chave Duponchelia fovealis Zeller (Lepidoptera: Crambidae). Este estudo teve como objetivo avaliar a toxidade e as concentrações letais de dois inseticidas botânicos comerciais a base de extrato de Sophora flavescens e óleo de Azadirachta indica contra D. fovealis, em condições de laboratório. Utilizaram-se sete diferentes concentrações (Sophora flavescens [Oximatrine / Matrine®]: 6%, 4%, 2%, 1,5%, 1%, 0,75% e 0,5% e Azadirachta indica [Azadiractina Fitoneem®]: 8%, 6%, 4%, 1,5%, 1%, 0,75% e 0,5%) Como controle positivo foi testado Clorfenapir (Pirate®) (0,0104%, 0,0139%, 0,0186%, 0,0440%, 0,0587%, 0,0789% e 0,1042%). Como controle negativo, utilizou-se água destilada. Em bioensaios para determinar concentrações letais, foram realizadas aplicações tópicas sobre lagartas do terceiro instar da D. fovealis. Os resultados demonstraram que o inseticida botânico S. flavescens apresentou a mais alta toxicidade contra D. fovealis, alcançando uma taxa de mortalidade de 95,9% das lagartas a uma concentração de 6%. Azadiractina apresentou uma mortalidade máxima de 66,3% a uma concentração de 6%. As concentrações letais de S. flavescens foram CL 50: 1,97% e CL 90: 5,84% e de Azadiractina CL50: 3,93% e CL90: 30,568%. O inseticida botânico formulado a partir de S. flavescens apresenta elevado potencial como ferramenta alternativa no controle de D. fovealis, uma praga significativa em morangueiro.
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