AS 40 HORAS DE ANGICOS: VÍTIMAS DA GUERRA FRIA?

Autores

  • Marcos J. C. Guerra Universidade Federal do Rio Grande do Norte image/svg+xml

Resumo

As “40 horas de Angicos” foram realizadas num contexto de transição nacional marcado por movimentos sociais e políticos, e foram altamente influenciadas pela Guerra Fria. Apesar de realizada com o apoio da Aliança para o Progresso, a educação popular foi acusada pelos aliados do Pentágono de fazer parte de uma Campanha para implantar o comunismo na América Latina, a partir de Cuba, mascarando assim as reações nacionais que tinham um interesse bem mais concreto e indefensável. Tentavam manter seus privilégios, inclusive continuando a negar o direito de voto ao analfabeto. Afora os militares, não existia na época nenhum grupo armado que pudesse atuar na oposição ao Presidente João Goulart. Convidado pelo Governo do Estado, a participação direta de Paulo Freire foi decisiva para o sucesso da experiência inovadora, que apresentou resultados excepcionais, e ao mesmo tempo tornou conhecido o método de aprendizagem preconizado pelo renomado educador. O artigo acentua aspectos operacionais e práticos, destacando-se da maior parte da literatura sobre Paulo Freire, que se limita a valorizar os aspectos teóricos.

 

Palavras-chave: Paulo Freire. 40 horas de Angicos. Alfabetização. Aliança para o Progresso.

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Biografia do Autor

  • Marcos J. C. Guerra, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    Coordenou um dos Círculos de Cultura nas “40 horas de Angicos”. Dirigiu o setor de Educação de Jovens e Adultos do SECERN, órgão da Secretaria da Educação do RN, no qual coordenou a experiência das 40 horas de Angicos e demais aplicações em massa do Sistema Paulo Freire, no RN, entre 1963 e 1964. Mestre em Direito Internacional do Desenvolvimento pela Universidade de Paris V. Advogado e jornalista, Professor de Direito dos Estrangeiros na pós graduação em Direito Internacional da UFRN. Principais funções exercidas anteriormente: Secretário da Educação do RN, e Presidente do CONSED. Professor de Direito Internacional na UnP. Diretor Regional do SENAI-RN, e Diretor do CTGás. Atuação na cooperação internacional e consultor das Nações Unidas (UNESCO, OIT, FAO, UNICEF e PNUD), em diversos países africanos e no Brasil. 

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Publicado

2013-04-01