Seletividade dos extratos aquosos e alcoólicos de Calotropis procera sobre o predador Euborellia annulipes
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252025v3812855rcPalavras-chave:
Tesourinha. Manejo Integrado de Pragas. Algodão-de-Seda. Inimigos naturais.Resumo
O uso de extratos de plantas como algodão-de-seda (Calotropis procera Aiton, 1811), vem sendo usado no manejo de pragas pelo seu potencial inseticida e por ser mais seguro a humanos e animais. Contudo, a aplicação desses produtos nos cultivos pode implicar na redução dos inimigos naturais, como a tesourinha Euborellia annulipes Lucas, 1847, grande aliada do controle biológico. Assim surge a necessidade de testar se o extrato de C. procera afeta a sobrevivência e parâmetros biológicos de E. annulipes. Objetivou-se com esse estudo avaliar a ação tóxica dos extratos aquosos e alcoólicos de C. procera em diferentes concentrações sobre a sobrevivência e aspectos morfológicos do predador E. annulipes. O estudo foi conduzido no Laboratório de Invertebrados do Departamento de Biociências do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, Campus II, Areia – PB, sob condições controladas. Testaram-se as concentrações de 5, 10, 15 e 20% do extrato aquoso e alcoólico de folhas de C. procera, com aplicação tópica sobre ninfas e adultos de E. annulipes. Avaliou-se a sobrevivência dos insetos, duração de ínstares, tamanho corporal e comprimento da cápsula cefálica. Em condições de laboratório, o extrato aquoso de C. procera é inócuo a E. annulipes; o extrato alcoólico demonstra ser inócuo na concentração de 5, 10 e 15%, e moderadamente tóxico a 20%. O extrato alcoólico diminui, enquanto o aquoso aumenta, a duração dos ínstares de E. annulipes. As concentrações mais elevadas do extrato alcoólico, promove a redução no tamanho do predador e no comprimento da cápsula cefálica.
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