Consumo e digestibilidade em ovinos submetidos a dietas contendo óleo residual de fritura
DOI:
https://doi.org/10.1590/1983-21252024v3711725rcPalavras-chave:
Alimentação. Animal. Impactos ambientais. Resíduo.Resumo
O óleo de residual de fritura pode ser uma opção viável para diminuir os impactos ambientais e os gastos com alimentação animal substituindo óleos vegetais in natura. Com isso, o presente trabalho objetivou avaliar o efeito da inclusão de óleo residual de fritura em dietas para ovinos e determinar a concentração ideal de óleo na dieta. Para o ensaio de consumo e digestibilidade aparente foram utilizados 25 cordeiros machos, inteiros, da raça Santa Inês com idade média de 90 dias e 20 kg (± 3,56), distribuídos em delineamento em blocos casualizados. O experimento teve duração de 21 dias. Os animais foram alojados em gaiolas metabólicas e alimentados duas vezes ao dia com dietas formuladas na proporção volumoso/concentrado de 50:50. O óleo residual de fritura integrou as dietas nas concentrações 0, 2, 4, 6 e 8% da matéria seca total. Os animais que receberam dietas com maiores concentrações de óleo residual de fritura apresentaram menor consumo dos nutrientes em contraste às dietas que continham até 4% de inclusão. A digestibilidade dos nutrientes diminuiu linearmente com a adição do óleo, com exceção a digestibilidade do extrato etéreo que foi maior. Apesar da maior concentração de Nutrientes Digestíveis Totais com a adição de óleo, esta não foi suficiente para manter ou aumentar o consumo de NDT nas dietas com 6 e 8% de óleo. A inclusão de até 4% de óleo residual de fritura, na dieta de ovinos, pode ser utilizada sem comprometer o consumo e a digestibilidade dos nutrientes.
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